Animais durante o eclipse

No dia 8 de Abril de 2024, foi possível ver um eclipse solar total a partir dos EUA.

Esta foi uma oportunidade para estudar o comportamento dos animais durante o breve período de escuridão.

Vários cidadãos foram recrutados como cidadãos-cientistas precisamente para terem esta função: observarem o comportamento de diversos animais, nos estados onde a totalidade do eclipse seria presenciada.
Mais de 3000 observações escritas e mais de 700 gravações foram registadas no projeto Eclipse Soundscapes.

Os comportamentos mais evidentes foram dos pássaros, que diminuíram a sua atividade voadora e ficaram mais silenciosos.

As borboletas também pararam de voar, ficando muito quietas.

As corujas começaram a vocalizar sons próprios de estarem prontas para caçar (como fazem durante a noite).

Entre os insetos e sapos/rãs existiu um aumento dos seus comportamentos (e sons) noturnos.

Os responsáveis dos diferentes jardins zoológicos existentes ao longo do trajeto da totalidade também registaram as diferenças de comportamentos nos animais, durante o eclipse total.

Por exemplo, as avestruzes entraram no espaço onde costumam passar a noite.

Os elefantes começaram a bater com as trombas no chão.

Os flamingos juntaram-se em grupo, e começaram a fazer vocalizações em conjunto.

Um grupo de gorilas foi até à porta onde normalmente recebem o jantar, e mostraram frustração por não receberem a comida à noite.

As cabras deitaram-se a descansar/dormir.

As girafas pareceram galopar.

Duas tartarugas gigantes atacaram a porta que dá para o espaço onde dormem – e que estava fechada -, danificando-a.

Leões rugiram bem alto, antes da totalidade do eclipse.

Apesar de parecer que a maioria dos animais reagiu ao eclipse, a verdade é que não se notou grandes mudanças na maioria deles.

Sendo que a grande mudança mais visível foi de que os animais pensavam que estava a ficar noite, por isso começaram a ter comportamentos para irem descansar e protegerem-se dos predadores noturnos.

No entanto, é preciso ter em atenção que os animais até podem não ter reagido ao eclipse: pode ter sido coincidência (exemplo: os leões estão constantemente a rugir) ou podiam estar a reagir às emoções das pessoas (ao verem o eclipse).

Para complicar ainda mais a resposta, existe a nossa interpretação tendenciosa do comportamento dos animais.
Os animais podem ter tido comportamentos que nada tiveram a ver com o eclipse; mas como o fizeram naquele momento, temos tendência para interpretar esse comportamento como tendo sido influenciado pelo eclipse total.

A ideia geral que se tem dos animais é que eles reagem ao eclipse total com medo, ou melhor, confusão, porque sem perceberem como, parece que se fez noite rapidamente e de forma desfasada com o normal.
O seu ritmo/ciclo circadiano diz-lhes que ainda não é noite, mas as condições ambientais parecem dizer o contrário

O misto de medo e confusão em face de um evento raro e desconhecido é próprio de uma mente pouco desenvolvida: sempre foi assim também na civilização humana. Ao longo da História da Humanidade, temos vários casos em que meros eclipses (a Lua bloquear a luz do Sol) produziram muito medo e confusão na mente das pessoas.

Vejam este segmento na CNN, aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.