O Telescópio Espacial Hubble foi lançado para o espaço no dia 24 de Abril de 1990.
Assim, no dia 24 de Abril de 2024, completou 34 anos de idade.
Para comemorar esta data, o Telescópio Espacial Hubble deu-nos uma prenda: uma excelente imagem de M76, a Pequena Nebulosa do Haltere.
A Pequena Nebulosa do Haltere é assim chamada por ter essa aparência (uma barra central, com dois lóbulos de gás quente em expansão, derivados do eixo de rotação da estrela), e por ser semelhante à Nebulosa do Haltere.
Neste caso, esta nebulosa tem cerca de 1 ano-luz de diâmetro.
Esta nuvem de gás e poeira encontra-se a cerca de 3.400 anos-luz de distância da Terra, na direção da constelação de Perseus.
É uma nebulosa planetária: uma estrela como o Sol começou a “morrer” (deixou de converter hidrogénio em hélio no seu núcleo), tornando-se numa gigante vermelha. Depois, o núcleo dessa estrela, no final dos seus dias, colapsou. Isso levou a que as camadas exteriores fossem ejetadas para o espaço.
O que vemos é esse envelope/anel de gás e poeira, em expansão, em volta da estrela moribunda, que entretanto se tornou numa pequena estrela anã branca.
O material a expandir-se viaja a uma velocidade de 3,2 milhões de quilómetros por hora. Se as nossas naves conseguissem viajar a esta velocidade, chegaríamos à Lua em apenas 7 minutos.
A quente estrela anã branca no centro deste turbilhão cósmico produz fortes ventos estelares e radiação ultravioleta que causa o intenso brilho nos gases ao seu redor: o azoto/nitrogénio brilha em vermelho e o oxigénio brilha em azul.
Esta estrela branca no centro da nebulosa é um dos remanescentes estelares mais quentes conhecidos: 120.000ºC, o que é 24 vezes mais quente que a “superfície” do Sol.
Dentro de cerca 5 mil milhões de anos, o Sol também será uma anã branca rodeado por uma nebulosa planetária.
Mas não terá a mesma configuração que a M76. Será só um “grande anel” em volta da estrela moribunda, tal como a M57.
No caso da M76, originalmente era uma estrela binária: duas estrelas que se orbitavam mutuamente. Quando uma das estrelas entrou no processo de “morte”, a ejeção de material também foi afetada pela outra estrela. Daí a configuração desta nebulosa: as formas do gás e poeira ejetados foram esculpidas pela gravidade das duas estrelas. A estrela companheira não aparece agora: não se sabe se continua a existir ou se poderá ter sido engolida pela estrela moribunda gigante.
Como tudo no Universo, também a M76 é temporária.
A nebulosa que vemos hoje, fruto dos gases em expansão, já não existirá daqui a 15 mil anos. Pode parecer muito tempo para as insignificantes vidas humanas, mas é um piscar de olhos em termos cosmológicos.
Fontes: NASA, NASA, Hubblesite, ESA.
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