O fabuloso vídeo acima, do canal no YouTube “Viagens pelo Universo“, nos mostra TON 618 – um quasar simplesmente colossal, ultramassivo, com 66 bilhões de massas solares.
Na verdade, trata-se do maior buraco negro descoberto. Até o presente momento.
TON 618 está situado na direção entre as constelação de Cães de Caça e Cabeleira de Berenice. Sua luz demora cerca de 11 bilhões de anos para chegar à Terra; porém, sua distância real do nosso planeta é de, aproximadamente, 18 bilhões de anos-luz (e aumentando a cada segundo, devido à expansão cósmica).
A galáxia onde orbita TON 618 não é visível por nós, pois o próprio (TON 618) brilha mais que tudo à sua volta.
Para alguns, traz fascínio. Para outros, crise existencial. Para outrem, ambos.
Desejo-vos uma boa viagem, boas reflexões e aproveitem o vídeo. 😀
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Para Saber Mais:
Buracos Negros, Universos-Bebês e Outros Ensaios (1995). Escrito por Stephen Hawking, Editora Rocco. 1ª edição.
Black Holes: The Key To Understanding the Universe (2023). Escrito por Brian Cox e Jeff Forshaw. Editora Marine Books.
12 comentários
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Então Einstein estaria errado em pelo menos uma afirmação. É dele a afirmação de que nada no espaço-tempo é mais rápido que a velocidade da luz. Ora, se a expansão do espaço-tempo consegue ser mais rápida que a luz, então Einstein errou ao postular tal afirmação. Ou no tempo dele não se sabia qual a taxa de expansão do espaço-tempo ou no tempo dele sequer se sabia existir uma taxa de expansão (é o que posso deduzir por ora).
Author
Olá, sr. Malavolta.
Acredito que, nesta nuance, trata-se de uma questão (bastante complicada) de semântica. Não sei – à altura – a que queria se referir o próprio Einstein.
Neste caso, o Carlos Oliveira – na qualidade de astrônomo e educador científico – pode dar para ti uma melhor explicação. 😉
Abraços.
Oi Jonathan,
É como diz o Cavalcanti: é uma questão de semântica 😉
Aliás, são duas! 😀
Assumindo que Einstein disse isso, na verdade ele estava a falar do espaço-tempo: ou seja, tudo o que esteja dentro do Universo. Mas não é o Universo em si.
Se usarmos o exemplo de um balão a encher, sendo que os grupos de galáxias estão na superfície do balão, à medida que o balão enche, elas vão-se naturalmente afastando umas das outras. E sempre a velocidades inferiores à da luz. Mas o balão em si pode estar a aumentar de tamanho a velocidades superiores à da luz.
Uma coisa é o que está dentro do Universo. Outra coisa é o Universo em si 😉
A segunda questão de semântica é mais controversa. Porque na verdade, Einstein não disse isso 😉
O que Einstein defendia é que não se podia “atravessar a barreira” da velocidade da luz.
Ou seja, objetos que viajam a velocidades inferiores à da luz não poderiam viajar a velocidades superiores à da luz.
Da mesma forma, se existirem objetos a viajar a velocidades superiores à da luz (os hipotéticos taquiões) – dentro do Universo -, eles não poderão ser “slow down” para velocidades inferiores à da luz.
Nota àparte: foi Edwin Hubble, em 1929, que “observou” que as galáxias (grupos, na verdade) se afastavam umas das outras. Friedmann, Lemaître e Gamow são considerados os “pais” da Teoria do Big Bang, onde se inclui a expansão do Universo. Curiosamente, Hubble, que foi quem “provou” essa expansão, foi contra essa interpretação. Para Hubble, o afastamento de galáxias poderia não ser devido a isso…
Não sei como é aí em Portugal, por aqui (no Brasil) enquanto estamos no Ensino Médio, ouve-se muito essa frase e ela sempre é atribuída a Einstein, da forma como expus em meu comentário. Podem os nossos livros didáticos de Física estar errados e eu não me surpreenderia disso, não seria a primeira vez, assim como a Física também não seria a única disciplina (é fato, já peguei muitos erros em livros didáticos por aqui, inclusive de Língua Portuguesa).
Não me parece que exista uma frase de Einstein a dizer isso…
No entanto, é costume interpretar-se que a Relatividade de Einstein realmente prediz isso: que não é possível viajar-se a velocidades superiores à da luz.
Mas na verdade, é somente uma barreira.
abraço!
“Sua luz demora cerca de 11 bilhões de anos para chegar à Terra; porém, sua distância real do nosso planeta é de, aproximadamente, 18 bilhões de anos-luz (e aumentando a cada segundo, devido à expansão cósmica).”
Segundo deduzo, a sua luz demorou 11 biliões de anos a chegar à terra mas, durante esse período, o objeto afastou-se mais 7 biliões, perfazendo 18 biliões. É assim?
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Olá, sr. Castanheira.
Perfeitamente!
Lembre-se que o Universo está em constante expansão – como bem acertadamente previu Edwin Hubble (e seu colaborador, Milton Humason, o que me leva a concluir: “o homem em si não é uma ilha, exceto em seus momentos pessoais de reflexão”) em 1929 – e comprovado décadas depois com o telescópio Hubble (porém, nessa discussão de paternidade, podemos colocar em igualdade o Lemaître, Lundmark, Silberstein e de Sitter. Mas isso é assunto para um artigo posterior)
A velocidade de expansão do Universo é superior à da (velocidade) da luz.
Abraços.
Author
O próprio sr. Castanheira pode realizar o cálculo da distância entre duas galáxias usando a constante cosmológica de Hubble. Com base neste recurso, vamos à uma questão simples: 🙂
“Astrônomos medem a velocidade de afastamento de galáxias distantes pela detecção da luz emitida por esses sistemas. A lei de Hubble afirma que a velocidade de afastamento de uma galáxia (em km/s) é proporcional à sua distância até a Terra, medida em megaparsec. Nessa lei, a constante de proporcionalidade é a constante de hubble (H0) e seu valor mais aceito é de 72 (km/s)/Mpc. O parsec (pc) é uma unidade astronômica de distância, que vale, aproximadamente, 3.1016 m. Observações astronômicas determinaram que a velocidade de afastamento de uma determinada galáxia é de 1.440 km/s.
Utilizando a lei de Hubble, pode-se concluir que a distância até essa galáxia, medida em km, é igual a:
a) 20×10^0
b) 20×10^6
c) 6×10^20
d) 6×10^23
e) 6×10^26”
Fonte: https://www.aio.com.br/questions/content/astronomos-medem-a-velocidade-de-afastamento-de-galaxias-distantes-pela
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RESOLUÇÃO
A questão solicita a solução em km.
Primeiramente, vamos transformar as unidades: parsec (pc) para segundos (s):
Lembrando que 1 pc = 3×10^13 km
A lei de Hubble já deduzida é:
v = H_0 . r
onde v é a velocidade (em km/s), H_0 é o parâmetro de Hubble (72 km.s^-1 . Mpc^-1) e r é a distância (em Mpc)
Realizando primeiramente a conversão de unidades de H_0:
H_0 = 72 (km/s ) x (1/Mpc)
H_0 = 72 (km/s ) x (1/10^6 pc)
H_0 = 72 (km/s ) x (1/10^6 x 3×10^13)
H_0 = 24×10^-19 s^-1
Calculando a distância (em km), temos que:
v = H_0 . r
r = v/H_0
r = 1440 km.s^-1 / 24×10^-19 s^-1
r = 6×10^20 km
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Por algum motivo, não consigo “incorporar” o vídeo em direto aqui no AstroPT. :/
Peço desculpa, só agora vi o seu post 🙁
já coloquei o vídeo 🙂
Eu faço cópia do código “incorporar” (embed) que aparece nas opções dos vídeos no youtube 😉
Da outra forma, que era incorporar o link simples através do icon dos vídeos aqui no AstroPT, já não dá, correto?
Se foi isso, tem a ver com termos retirado o plugin do smart video, que estava a dar problemas.. 🙁
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“Da outra forma, que era incorporar o link simples através do icon dos vídeos aqui no AstroPT, já não dá, correto?”
Já o fazia desde sempre, mas desta vez não obtive êxito.
Outro caminho em busca foi realizá-lo por este tal ferramenta (o “embed”), porém, de alguma forma, também não obtive êxito. ;/
Dou-me com estes recursos tecnológicos.
De qualquer forma, o Carlos conseguiu incorporar o vídeo no artigo. 🙂
Obrigado. 🙂
Abraços.
De nada!!! 🙂
Eu realmente fiz pelo embed. Copiei o código.
Se precisar novamente de ajuda, disponha! 😉
abraço!