O papel dos homens e das mulheres em casa tem tido tendências paradoxais… e igualmente aceitáveis.
Numa época em que toda a gente quer carreiras e trabalhar fora de casa, o número de stay-at-home dads (pais que ficam em casa a tratar dos filhos, de modo a que estes tenham uma educação melhor, mais caseira e mais afetuosa) está a aumentar enormemente em alguns países, já chegando a 20% dos progenitores.
A tendência tem sido de tal mudança social em alguns países, que até já existem séries de sucesso na televisão desses países.
Nos EUA, a série Modern Dads tem tido sucesso.
O mesmo se passa na Austrália com a série House Husbands.
Em Singapura, existe a série Daddy at Home, sendo que o título em Chinês é traduzido literalmente como Pai Pinguim, já que são os machos da espécie Pinguins Imperadores que ficam no ninho a incubar os ovos e a cuidar dos descendentes.
Além destes 3 países, existem outros países, de cultura anglo-saxónica, onde se vê este aumento de pais que ficam em casa a cuidar dos filhos, como o Canadá e o Reino Unido.
Diversos estudos sociais e psicológicos concluem que há várias vantagens para ser o pai a ficar em casa a cuidar dos filhos.
Os estudos mostram vantagens para o pai, para a mãe, e sobretudo para os filhos.
Simultaneamente a esta tendência de cada vez mais maridos ficarem em casa a cuidar dos filhos, existe também a cada vez maior tendência de Tradwife – Traditional Wife, ou seja, mulheres que decidiram adotar o papel tradicional de ficarem em casa a cuidar dos filhos e de se tornarem submissas ao marido em termos de finanças, carreira, etc.
Os exemplos habituais são entre as comunidades extremamente religiosas, como os Mórmons.
No entanto, existem cada vez mais mulheres a seguir esta tendência, incluindo mulheres com cursos superiores.
Nos EUA, no Texas, eu próprio já tive alunas universitárias a virem ter comigo e a dizerem que essa seria a sua escolha: elas estavam a tirar o curso que queriam – normalmente ligado à educação -, e depois de viajarem pelo mundo, andarem em festas, e “conhecerem a vida”, tinham a intenção de casar com um homem bom, que lhes pudesse dar uma boa vida, e em que elas pudessem ficar em casa a cuidar dos filhos, já que elas achavam que essa iria ser a sua função mais importante na vida.
Como diz este artigo na revista Máxima:
“As “tradwives” são, na sua maioria, mulheres jovens que optam por abandonar ou minimizar as suas carreiras profissionais para se dedicarem à vida doméstica.
Estas mulheres encontram uma sensação de propósito e satisfação na gestão da casa, no cuidado dos filhos e no apoio aos seus maridos.
Ao contrário do estereótipo de submissão cega, muitas “tradwives” defendem a escolha consciente e empoderada de adotar este estilo de vida, argumentando que ele oferece uma fuga ao stress e à pressão do mundo moderno.”
No entanto, ainda assim, existem muitas críticas a estas escolhas, acusando-as de serem anti-feministas, e acusando esta tendência de ser religiosa e de extrema-direta.
Este artigo deixa a pergunta: será isto um retrocesso nos direitos das mulheres ou o exercer da sua liberdade?
Para mim, isto é um claro exemplo de liberdade de escolha e o verdadeiro significado da emancipação feminina.
Estas mulheres têm à sua disposição diferentes alternativas de vida. Lutaram para ter acesso a diferentes formas de pensar. Viram o mundo, sabem o que existe. E fizeram conscientemente a sua escolha.
Estas mulheres são competentes em diferentes profissões, e escolhem livremente fazerem o que querem.
(tal como os homens que escolhem ficar em casa a cuidar dos filhos, e deixar a carreira profissional para as mulheres)
1 comentário
Bem.
Sobre a questão de alguns homens adotarem este tal de “stay-at-home dads”, nas suas finas-flor da idade, chego na mesma conclusão das notas supostamente afirmadas pelo catedrático e economista, Leon Megginson.
O sr. Megginson – talvez uma alusão ao ler “A Origem das Espécies”, do Charles Darwin -, afirma:
“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.”