Em Setembro passado, a NASA publicou um artigo a dizer que a sonda Voyager 1 tinha saído do sistema solar (leiam aqui, aqui e aqui).
A cada 6 meses temos uma notícia similar sobre a Voyager 1. O motivo é sempre o mesmo: marketing.
Infelizmente, a falta de sentido crítico levou à disseminação de informação sensacionalista um pouco por todo o lado, quer na internet quer nos jornais quer na televisão.
Posteriormente, a NASA corrigiu a informação, dizendo que a Voyager 1 saiu do meio interplanetário (entre planetas) para entrar no meio interestelar (entre estrelas), mas ainda dentro do sistema solar. As inúmeras entrevistas dadas por investigadores do JPL (NASA) foram também nesse sentido, de corrigir a informação inicial.
No entanto, nessa altura o “mal” já estava feito, e as agências noticiosas não quiseram saber dessa correcção.
Deixem-me ser claro: a Voyager 1 não deixou o sistema solar!
No entanto, isto é uma questão de definição, que não é científica, mas é somente uma convenção humana.
A sonda Voyager 1 está num local novo. Pela primeira vez, uma máquina feita por humanos chegou ao meio interestelar, ou seja, um local onde o plasma (gás ionizado) tem uma densidade consistente com a densidade do plasma no meio interestelar. Assim, chegou a uma zona onde não está sob o efeito do vento solar.
No entanto, continua sob a influência gravitacional do Sol.
Notem que não existem barreiras, muros, paredes, ou fronteiras no espaço.
O sistema solar não está delimitado por uma rede e estacas, como se fosse um quintal. Simplesmente, existe um enfraquecimento gradual do campo magnético do Sol, uma diminuição gradual do vento solar e um aumento gradual das partículas energéticas vindas do exterior. Não existe um ponto onde se possa dizer: aqui é o fim. As mudanças são graduais.
Este é um caso semelhante à extensão da atmosfera terrestre.
Oficialmente, por convenção, assume-se que o limite da atmosfera é 100 km acima do nível médio do mar. A Estação Espacial Internacional mantém uma órbita de cerca de 400 km de altitude. Está, assim, no espaço. No entanto, está ainda dentro daquilo que consideramos como termosfera. A atmosfera é demasiado débil, praticamente inexistente, no entanto ainda existem algumas moléculas no ar que fazem com que a estação espacial perca altitude, devido à resistência do ar.
Apesar disto, neste caso, assume-se que a Estação Espacial Internacional está no espaço.
Já no caso da Voyager 1, ela ultrapassou finalmente as fronteiras da heliosfera, deixou de sentir as partículas energéticas vindas do vento solar e passou a sentir um número maior de raios cósmicos provenientes do espaço interestelar. Juntamente com isto, a sonda detectou agora uma mudança na direcção do campo magnético. Este era o terceiro sinal (explicado aqui) que denota a entrada no meio interestelar (entre estrelas). Este é o primeiro objecto humano a deixar para trás os ventos solares e a entrar numa zona diferente do Universo. Pela primeira vez, temos uma sonda a explorar o espaço interestelar.
No entanto, ainda sofre os efeitos da gravidade do Sol. Mais do que isso, a Voyager 1 está mais próxima do Sol que a hipotética Nuvem de Oort e até que o afélio do planeta-anão Sedna. Sendo que quer Sedna quer a teórica Nuvem de Oort fazem parte do Sistema Solar, então é óbvio que a Voyager 1 também está dentro do Sistema Solar.
A Voyager 1 está a mais de 126 U.A. (Unidades Astronómicas) – quase 19.000 milhões de quilómetros – de distância do Sol. Podem ver a distância a aumentar a cada segundo, aqui. A informação que a sonda nos envia (sinal de rádio), demora quase 18 horas para chegar até nós!
Sedna, um dos corpos rochosos do nosso sistema solar – como Plutão, Terra, Lua, etc -, viaja em volta do Sol numa órbita tão elíptica, que por vezes está a somente 76 U.A. do Sol e outras vezes está a 937 U.A. do Sol. Esta sua órbita (o seu ano) em volta do Sol demora cerca de 11.400 anos!
Ou seja, deixem-me realçar isto: a Voyager está a cerca de 126 U.A. de distância do Sol, enquanto o planeta-anão Sedna está grande parte do tempo muito mais longe do que isso e por vezes chega mesmo a estar a uma distância superior a 900 U.A. do Sol. E Sedna faz parte do sistema solar.
Quando Sedna está a mais de 900 U.A. de distância do Sol, continua dentro do sistema solar.
A Voyager 1 precisa de percorrer 7 vezes mais a distância que já fez para poder atingir a distância que Sedna atinge aquando do seu afélio.
Refiro Sedna, que está tão longe, mas mesmo assim Sedna está ainda muito longe dos limites do sistema solar.
Por convenção, entende-se que a “bolha” do sistema solar tem por fronteira a hipotética Nuvem de Oort. A Nuvem de Oort estende-se desde cerca 2.000 U.A de distância do Sol até cerca de 100.000 U.A. de distância do Sol. O limite externo da Nuvem de Oort está a mais de 1 ano-luz de distância do Sol e os milhares de cometas existentes nesse espaço estão gravitacionalmente “presos” ao Sol (o cometa Hale-Bopp deverá ter vindo da Nuvem de Oort). Esse sim é o limite da influência gravitacional do Sol. E aí sim, é a fronteira do sistema solar.
A Voyager 1 está a cerca de 126 U.A. enquanto o limite exterior da Nuvem de Oort está a 100.000 U.A de distância do Sol. Ou seja, a Voyager 1 está ainda muito longe do limite do sistema solar. Na verdade, a Voyager 1 só irá sair do sistema solar daqui a 30.000 anos!
Resumindo: a Voyager 1 entrou numa zona nova, no meio interestelar, mas não saiu do sistema solar.
Aliás, sendo realista, se a evolução tecnológica continuar, rapidamente naves tripuladas irão ultrapassar a Voyager 1.
Os humanos chegarão mais depressa do que a Voyager 1 à fronteira do sistema solar… mesmo que demoremos 10.000 anos para sair do sistema solar em naves tripuladas.
É impressionante que uma pequena máquina feita por humanos continue a funcionar ininterruptamente há 36 anos e tão longe de casa…
Neste momento temos 5 sondas a caminho da saída do sistema solar, mas a Voyager 1 é a que está mais longe. Mesmo em termos cósmicos, estamos a enviar o nosso lixo para o quintal…
Existe mais uma informação que me parece importante reter.
A comunicação social informou que a sonda Voyager 1 irá passar perto da estrela Proxima Centauri dentro de 73.000 anos. No entanto, isto é errado.
A Voyager 1 não está a ir na direcção da constelação de Centaurus, mas sim da constelação de Ofiúco. Na verdade, a Voyager 1 está a viajar na direcção da estrela Rasalhague (Alpha Ophiuchi).
A Voyager 1 não passará perto de nenhuma das 50 estrelas mais próximas da Terra. Nos próximos 2 milhões de anos, a nossa sonda não passará perto de nenhuma estrela.
No entanto, como a estrela Gliese 445 está a vir na direcção do nosso sistema solar, então a Voyager 1 dentro de 40.000 anos irá passar a cerca de 1,6 anos-luz de distância dessa estrela. Mesmo assim, é bastante longe – a distância é maior que o raio do sistema solar.
41 comentários
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Bom, 2018 e vendo esse ultra esclarecedor texto! Parabéns!
Author
Obrigado! 🙂
Carlos Oliveira, Muito bom o seu texto, obrigado por explicar com cautela e paciência. Mas eu notei que você acusa a NASA de fazer propaganda de forma irresponsável. Eu não sei se foi a NASA ou se foi boato da TV, disseram que a NASA afirmou haver suspeitado de interferencias alienigenas como imagens de supostas naves de ETs, e inclusive foi dito que a NASA publicou imagens suspeitas. Você acha que a NASA é capaz de mentir descaradamente para conduzir a opinião pública? E outra pergunta, qual o real peso da NASA em descobertas científicas, o principal da pesquisa astronômica é realizado pela NASA?
Author
Eu não acusei a NASA de fazer propaganda irresponsável. Eu disse sim que, por marketing e palavras erradas dos investigadores, a NASA fez sair notícias sobre a localização da Voyager 1 que não correspondia à verdade… em termos de definições (e não de ciência).
Aliás, para provar a honestidade da NASA, posteriormente a NASA corrigiu a informação: de meio interplanetário para meio interestelar mas ainda dentro do sistema solar.
NADA dessas tretas de naves ETs foi dito pela NASA. Isso é dito por vigaristas.
Os vigaristas, esses sim, mentem descaradamente para enganar o público.
Tendo em conta que muitas das notícias de astronomia são fruto de observações de observatórios espaciais e sondas da NASA, por aí se vê o peso da NASA…
Faço-lhe a pergunta: que rovers conhece que andam na superfície de Marte? E quem os enviou? 😉
A NASA são 12 centros e centenas (milhares?) de investigadores de todo o mundo que trabalham nas melhores universidades do mundo e que utilizam os dados de equipamentos da NASA…
abraços
Excelente artigo…! Gostaria de saber em quanto tempo a sonda não mais enviará sinal para a Terra uma vez que as baterias esgotarão sua capacidade. Obrigado e tudo de bom.
Author
Sugiro este comentário:
http://www.astropt.org/2012/06/23/voyager-1-na-derradeira-fronteira-do-sistema-solar/comment-page-1/#comment-57919
abraços!
Caro Carlos, a energia de comunicaçãod asonda se findará, porém ela continuará vagando por “toda a eternidade”, não há degradação do seu material?
Quando ela passar pela nuvem de Oort, não corre risco eminente de colidir com algum asteróide?
E uma pergunta um pouco utópica, você acredita que “alguém” possa encontrar esta sonda algum dia? Se isso ocorrer, como os cientistas esperam serem “avisados” de talfeito, se a energia de comunicação estiver se findado?
Author
Ela não vai passar pela nuvem de Oort.
Eu acredito que alguém vai encontrá-la… os Humanos quando já estiverem espalhados pelo sistema solar e ela ainda for por aí fora a passo de tartaruga 🙂
abraços!
Caros Senhores,
Gosto muito de Astronomia, mas há 2 questões para as quais nunca encontrei, aparentemente, resposta:
1 – Quando a Voyager 1 passou por Júpiter, ela sentiu a força gravitacional do planeta; todavia, em vez de cair sobre ele (como se esperaria), a sua velocidade até aumentou no sentido de se distanciar e até acumular energia para a sua viagem através do Cosmos, fazendo uma curva parabólica. Este aspecto está bem representado, salvo o erro, num dos programas “Cosmos”, narrado pelo saudoso Carl Sagan; infelizmente, o fenómeno é representado, mas não é explicado. Como se explica a fuga da Voyager 1 desta força de atracção e até se aproveita dela? Há 65 milhões de anos, os dinossauros não tiveram a sorte do meteorito que os dizimou ter feito um desvio parabólico…
2 – Dizem que a luz se propaga em linha recta. Pois bem, quando acendemos uma lanterna contra o céu, sem o feixe de luz embater contra qualquer objecto, como conseguimos ver esse feixe de luz? Por outras palavras, como é que um feixe de luz que se propaga para diante envia para trás fotões para a nossa retina? E isso acontece, pois caso contrário não conseguiríamos ver o feixe de luz.
Agradecendo antecipadamente algum esclarecimento, envio os meus melhores cumprimentos.
Rogério Monteiro
Author
1 – A essa manobra chama-se slingshot (fisga/estilingue), ou assistencia gravitacional. Os astrónomos fazem isso regularmente quando querem dar velocidade a uma sonda de modo a ela ir mais longe.
O mesmo se passa quando envia um berlinde para um declive com um buraco. Isso até se mostra em algumas aulas. Quando esse berlinde passa perto do buraco, ganha velocidade.
O objeto que exterminou parte dos dinossauros veio direto à Terra. É diferente. As sondas não vão diretas ao planeta. Vão sim pelo lado, de modo a ganharem essa velocidade.
2 – Não percebi qual é a dúvida…
Você está a dizer que as lanternas ou luzes dos carros não deviam funcionar porque são sempre apontadas para diante?
abraços
Caro Carlos, excelente artigo. Como sabe sou um entusiasta destas coisas de olhar “para além das nuvens” e digo-lhe que para além da qualidade científica (que posso avaliar apenas tendo em conta fontes credíveis que fui buscando, não me sendo possível julgar de outro modo porque não sou, de todo,e com muita pena, especialista), a sua escrita é alicia te e motivadora, empragnada de qualidade comunicacional e literária. Um verdadeiro jornalista da ciência. KEEP it up!
Author
Muito obrigado pelas palavras 😉
Boa tarde Carlos:
Qual a probabilidade da sonda espacial ser atraida pelo campo gravitacional de qualquer estrela,cometa,asteroides,etc,tal como diariamente sao atraidos para a terra milhares do meteoritos.
Obrigado
Author
Não passará perto de estrelas nos próximos 2 milhões de anos.
Sobre cometas e asteroides não sabemos. Não existe forma de saber se um desses objetos irá colidir com a sonda 😉 . No entanto, a probabilidade é muito baixa.
abraços
Boa tarde Carlos,
Como disse o colega acima, sou apenas um curioso… Acho sensacional a astrofísica! Poderia passar horas vendo/lendo sobre o que a humanidade já descobriu (ou acredita ter descoberto). Inclusive, acredito que se você fizesse alguns vídeos no youtube sobre o assunto, muita gente iria ver.
Bom, só para dar uma introdução a minha pergunta, eu lí que um determinado satélite deveria ser sofrer uma manutenção pois sua carcaça havia sido danificada depois que um objeto (rocha ou poeira… não saberia dizer a definição) um pouco maior que o tamanho de um grão de areia havia se chocado a uma velocidade tremenda com o satélite.
Minhas perguntas são: Existe realmente esses pequenos objetos “navegando” pelo espaço a altas velocidades? Se sim, como que um objeto navegando a tanto tempo pelo espaço, pode não ter sofrido nenhuma batida destas?
E por último, 2 perguntas sobre a nuvem de Oort: Ela sempre aparece como sendo algo extremamente repleto de asteróides. Caso a Voyager conseguisse se manter em pleno funcionamento até chegar lá, você acredita que seria possível cruzar este monte de asteroides? E Como que não encontramos nenhum indício disto ainda? Se já conseguimos ver outras galaxias, outros sistemas solares… Seria pelo seu tamanho?
Desde já obrigado!
Author
Olá Jeferson,
1a – Sim, existem imensos desses objetos. Quer micro-meteoros naturais, quer o nosso lixo espacial (pequeno pedaço de tinta, luvas, chave-de-fendas perdidas por astronautas, etc, etc).
Pense numa coisa pequena em sua casa, como um anel, por exemplo. Envie contra uma janela (maior que um anel) à velocidade de uma bala. Analise o que acontece à janela 🙂
1b – O espaço é muito grande. A probabilidade de um objeto praticamente não existente colidir com um objeto minusculo (como um satélite), é mínima.
Imagine um pedaço de pó na sua casa entrar por uma porta. Qual a probabilidade desse pedaço de pó ir cair exatamente sobre o seu dedo mindinho da mão direita? Pode acontecer? Sim, claro, está sempre a acontecer pó cair sobre si. Mas a probabilidade desse pedaço de pó ir cair bem no seu dedo mindinho da mão direita, é incrivelmente pequena 😉
2a – Provavelmente, a Voyager passaria pela Nuvem de Oort sem problemas. Porquê? Não porque eu acredito, mas sim porque a Nuvem de Oort deve ser semelhante ao Cinturão de Asteroides, no sentido que é sempre representada com elevada densidade, mas como o espaço é muito grande, então apesar de haver muitos objetos, eles estão a grande distancia uns dos outros… por isso a probabilidade das Voyager colidir com eles é pequena 😉
Correção: a Nuvem de Oort não é constituída por asteroides, mas sim maioritariamente por cometas 😉
2b – Não sei a resposta completamente certa a isto. A nuvem é teórica, tem razão nisso. É verdade que já vimos cinturões em volta de outras estrelas.
Provavelmente a resposta será que a Nuvem de Oort não tem a densidade que aparece nas imagens (isso é certo que não tem). Assim, temos que pensar em detetar cometas (objetos pequenos, pensemos em 3 km de diametro de nucleo) , a cerca de 1 ano-luz de distancia. Ter este tipo de resolução, está acima das nossas capacidades.
Também não conseguimos detetar este tipo de objetos pequenos noutros locais do Universo. Só conseguimos ver galáxias, porque elas são triliões de vezes maiores. É uma questão de escalas.
Também é uma questão de brilho: asteroides e cometas àquela distancia do Sol não o conseguem refletir. Logo, se eles não refletem radiação, não os conseguimos detetar. Galáxias, outros sistemas solares, etc, têm estrelas, que produzem brilho, e por isso conseguimos ver. 😉 Estamos a falar de objetos diferentes, além da questão das escalas.
Penso que a resposta passará por estes factos… mas sinceramente é algo que nunca estudei ou li escrito nalgum lado. É somente algo que pensei agora, porque me fez essa excelente questão. Por isso, é provável existirem outros argumentos que nem me lembro agora. Mas certamente que alguns desses argumentos também serão estes 😉
abraços!
Olá Carlos, boa noite!
Na série Cosmos foi dito que a Voyager funcionará por mais um bilhão de anos.
Qual fonte de energia ela usa?
Os dados que ela envia à Terra são via rádio?
Muito obrigado e um abraço!
Author
Oi Felipe,
Sim, os dados chegam via rádio.
As Voyager têm como fontes de energia geradores termoeléctricos de radioisótopos (RTGs).
Leia sobre a fonte de energia delas aqui:
http://voyager.jpl.nasa.gov/spacecraft/spacecraftlife.html
Como se pode ler nessa página do website oficial da missão, os responsáveis da missão esperam que exista energia até 2025.
A partir daí, não existirá mais energia para que as Voyager possam continuar a comunicar connosco.
Recomendo também a leitura destes comentários do Sérgio Paulino:
http://www.astropt.org/2012/06/23/voyager-1-na-derradeira-fronteira-do-sistema-solar/comment-page-1/#comment-57845
http://www.astropt.org/2012/06/23/voyager-1-na-derradeira-fronteira-do-sistema-solar/comment-page-1/#comment-57919
abraços!
Carlos Oliveira, tenho duas curiosidades sobre o assunto: Qual o material foi usado para construir a voyager 1, ja que ela deve estar enfrentando temperaturas muito baixas e pressoes negativas talvez? E como se dá a propulsao, o que ela usa como combustivel para viajar no espaço? Agradeço se vc puder responder essas duas curiosidades.
Author
Os materiais foram os normais no espaço. Note que ela não anda de “extremos em extremos”. É mais fácil enviar algo só para andar no espaço, do que enviar algo, por exemplo, para andar debaixo de gelo e posteriormente para andar na superfície infernal de Vénus.
Neste momento, não precisa de qualquer combustível. Um objeto em movimento continuará em movimento, segundo Newton 😉
abraços!
Amigo Carlos, Você que está com esses óculos de E.Ts da classe dos cinzas. O que você acha de planetas habitáveis por seres de outros mundos, isso só seria ficção pois pelo que nós vimos e sempre vemos é tudo isso ser possível com computação gráfica e muita imaginação tipo na serie Stargates SG1 onde portais dão acesso há outros mundos sem precisar viajar bilhões de anos luz pra se chegar a esses planetas, mais vindo sempre de lá tipo um planeta dominados pelos Goldes os vilões dessa serie que com suas tecnologia chegariam aqui em questões de meses vc deve ter visto e a maior raça de alienígenas dessa serie são os cinzas onde o Thor é um ser desses planeta..
A questão é não seria melhor criar logo um mundo todo computacional e fingir que chegamos a um lugar e com a ajuda de holografia criar esses seres irreais pra dar uma respostas pra essa comunidade de hufologos que dizem terem que a comunidade científica esconde contatos extraterrestres, pois agora que temos drones voando por todos os lados câmeras e todo tipo de dispositivos de capturas de imagens ninguém conseguiu ver um desses seres de outros planetas eu já vi muita coisas até seres reptilianos mas é coisa de transfiguração dos próprios seres humanos eu mesmo já vi seres de olhos grandes assim sentados em paradas de ônibus mais isso é assim tudo isso quando alguém vai filmar ou tirar uma foto em um bilionésimo de segundo isso desaparece o que sei é que daqui a vinte anos como dizem vamos encontrar vida em outros planetas ou fazer contato alienígena só se for desse jeito que lhe disse lá em cima, o quê você acha disso….
Author
Esse assunto está debatido e explicado em diversos artigos na nossa categoria Astrobiologia:
http://www.astropt.org/category/astrobiologia/
abraços
Olá, parabéns pelo blog,
Conhece alguma teoria que explica o motivo dos corpos da nuvem de Oort conterem quantidades altas de gelo (água)?. Os cometas de curto período também tem essa composição?
Abraço,
Author
Além de estarem bastante longe, o que potencializa serem gelados, tem sobretudo a ver com os materiais de formação: o pó (elementos pesados) estava sobretudo perto da estrela em formação, enquanto os materiais mais leves foram “arremessados” para mais longe aquando da onda de choque que formou a estrela.
abraços
Valeu, obrigado pelas respostas! Descobri o site ontem, por isso ainda não li muitos artigos, mas os poucos que li me pareceram muito bons e esclarecedores.
Sobre a sexta dúvida (na verdade, afirmação), a fiz baseado em uma concepção artística de Plutão, que mostra o Sol visto do planeta, veja a imagem (http://misteriosdomundo.com/wp-content/uploads/2012/11/Superf%C3%ADcie-de-Plut%C3%A3o.jpg). Como a distância do nosso sol para Plutão em distâncias astronômicas é pequena, imaginei que fosse assim.
Abraços.
Author
Em Star Wars, se não me engano, o planeta Tatooine orbitava ambas as estrelas. A razão para eu pensar isto é que naquela altura ainda não se pensava que um planeta poderia orbitar só uma dessas estrelas (pensava-se que a órbita ficaria demasiado instável).
As estrelas são de tipo G1 e G2, ou seja, uma delas é como o Sol e a outra um pouco mais forte que o Sol.
Supondo que o planeta Tatooine estava à distância do centro de massa do sistema que a Terra está do Sol, então seria muito mais desértico que a Terra, sem vida. Semelhante a Tatooine 😉
abraços!
Olá. Sou apenas curioso, sem formação acadêmica ou muito conhecimento da areá astronômica, tenho algumas dúvidas: Como os astrônomos sabem que Alpha Centuri é a estrela mais próxima do nosso Sol, se ele é “apenas” a terceira estrela mais brilhante no céu? Sirius não deveria ser a estrela mais próxima, já que ela é a estrela mais brilhante no céu? Por que Marte é capaz de registrar temperaturas acima de 0 °C, estando na distância que se encontra, se sua atmosfera é espessa, insuficiente para reter calor? Por que Vênus mesmo sendo o planeta mais próximo da Terra tem temperaturas extremas a Terra, enquanto Marte que fica mais distante, tem temperaturas mais parecidas a da Terra?
Você não acha que a distância de Alpha Centuri (se essa for mesmo a mais próxima) do nosso Sol pode estar errada? Não falo de pequena diferença, mas sim de grande diferença! Sedna fica muito longe do nosso Sol para estar sobre influência do mesmo, é provável (na minha opinião) que Sedna faça parte de outro sistema planetário, estando nos confins do mesmo.
Para terminar, o céu de um planeta orbitando um sistema binário, não deve ser parecido com o que vimos em Star Wars, com as duas estrelas visíveis em grande escala. Apenas uma das estrelas de ser visível em grande escala, enquanto a outra, deve ser observada no céu como um ponto bastante luminoso.
Author
1 – Coloque um farol de 5 metros de diâmetro a 50 metros de sua casa. Coloque um farol de 1 metro de diâmetro a 5 metros de sua casa. Qual está mais próximo?
Está mais próximo aquele que está a 5 metros. E apesar de menor, parece muito maior que o outro. Porquê? Porque está mais perto.
Funciona assim para tudo. Para as estrelas é a mesma coisa: se uma estrela muito maior está mais longe, ela vai parecer mais brilhante vista daqui (do que uma bastante pequena que esteja perto).
2 – Da mesma forma que a Terra consegue registar temperaturas de -50ºC e outras de 50ºC: estações e latitude.
3 – Efeito-estufa.
4 – Não.
5 – Sedna faz parte do nosso sistema solar. O artigo explica isso.
6 – Depende do sistema binário. Se o planeta orbitar uma das estrelas e a outra estiver longe, tem razão. Se o planeta orbitar uma das estrelas e a outra estiver relativamente perto, então não tem razão. Se o planeta orbitar ambas as estrelas, então não tem razão.
Este artigo é sobre a Voyager. Várias das suas dúvidas, estão respondidas nas categorias respectivas.
abraços
Carlos, caro amigo das estrelas, você disse: “Na verdade, a Voyager 1 só irá sair do sistema solar daqui a 30.000 anos!”
Quer dizer então que nosso Quintal é ainda maior do que pensávamos – ou que pensávamos que sabíamos? Não é um Quintal somente, é uma chácara, um Sítio, quase uma fazenda!
Às vezes, eu pensava em montar em meu Sítio das Estrelas uma espécie de Quintal do Sistema Solar…. porém eu saquei que não haveria espaço suficiente para posicionar talvez Urano e Netuno e, com certeza, Plutão e os demais objetos transnetunianos!
E o que me parece ainda mais simpático é o fato de que, mesmo que pudéssemos estar viajando junto à Voyager, possivelmente nossa visão do posicionamento das estrelas continuaria igual…, isso é assim mesmo ou estou eu viajando?
abraço estrelado,
Janine
Author
Sim, o posicionamento das estrelas ficaria igual. Aliás, a Voyager “navega pelas estrelas”. Porque a grande maioria delas continua no mesmo sítio do que vistas daqui da Terra.
As únicas que poderão mudar um pouco serão as mais próximas, como Proxima Centauri. Mesmo assim estão tão longe que a mudança não é significativa.
abraços!
Faço minhas as palavras de um comentário anterior: “um dos melhores artigos que encontrei sobre o assunto”.
É impressionante a ideia de que muito provavelmente os humanos atingirão o limite do sistema solar em naves tripuladas mais depressa do que a voyager 1, por muitos milhares de anos que isso demore. ( Isto claro se nos portármos bem e tivermos sorte 🙂 )
Author
Obrigado 😉
A nuvem de Oort é hipotética porque:
– não temos a certeza da existência dos cometas e asteroides que a integram ?
– os cometas estão tão afastados uns dos outros que não lhe podemos chamar nuvem?
– outra razão qualquer
Author
Os cometas que vêm da Cintura de Kuiper vêm do mesmo plano do sistema solar.
Já os cometas de grande duração (enormes períodos) não vêm do mesmo plano. De facto, parecem vir de todo o lado. Assim, pensa-se que, lá longe, deve existir uma grande “esfera” de cometas a englobar todo o sistema solar de onde todos esses cometas vêm… de qualquer “longitude”.
Ou seja, não há quaisquer observações dela. Baseia-se somente nisso. 😉
Nos últimos anos têm existido algumas evidências de possíveis “Nuvens de Oort” ao redor de outros sistemas planetários.
Esta é mais uma evidência indirecta de que o nosso sistema solar também a poderá ter.
No entanto, mais uma vez, são especulações a partir de outras coisas 😉
Daí ela se manter como teórica e hipotética. Assume-se que existe, mas não há quaisquer evidências directas dela 😉
abraços!
P.S.: curiosamente, as suas duas razões também estão correctas. Como não sabemos se ela existe, não temos a certeza que os cometas a integram. Por outro lado, certamente que ela será como o anel de asteróides, por exemplo, ou seja, existirão inúmeros cometas na nuvem de Oort, milhões, ou bilhões deles. mas a nuvem é tão grande que em média eles estarão muito afastados uns dos outros.
Obrigada.
Sempre pensei que a nuvem fosse “real”.
Então pra Voyager sair do sistema solar ela teria que se deslocar por 1000x mais doq já fez até agora?
Ou seja por todo nosso milênio atual..
Author
“Na verdade, a Voyager 1 só irá sair do sistema solar daqui a 30.000 anos!”
😉
Obrigado pelas informaçoes, Carlos Oliveira. Mesmo para um leigo, fáceis de entender. abs
Author
Obrigado 😉
O melhor artigo que li até então sobre esse assunto (se a Voyager 1 saiu ou não do sistema solar) Muito claro, objetivo e… definitivo!… Esclareceu todas as minhas dúvidas sobre o tema, parabéns.
Author
Obrigado 😉
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