A órbita da Terra ao redor do Sol é quase circular, mas não é um círculo. Na verdade, como qualquer órbita planetária, estamos na presença de uma elipse. Isto quer dizer que por vezes a Terra está mais perto do Sol e outras vezes mais longe.
Hoje, 4 de Janeiro, às 11:59 UT, a Terra atingiu o seu periélio: o ponto da órbita em que a Terra esteve mais próxima do Sol: ficou a “somente” 147.104.780 quilómetros de distância do Sol.
Deixem-me realçar que esta variação de distância é mínima: somente 3,3% de variação entre afélio e periélio, ou seja, no dia de hoje a Terra está cerca de 1,7% mais perto do Sol que a média da sua órbita.
Por fim, também realço que nada disto tem a ver com as estações do ano: no Hemisfério Norte estamos em pleno Inverno, não porque estamos perto do Sol, mas sim porque o eixo de rotação da Terra juntamente com a órbita terrestre coloca o pólo norte na direcção contrária à do Sol.
8 comentários
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Como refere o astrónomo Phil Plait (http://www.slate.com/blogs/bad_astronomy/2014/01/01/new_year_2014_how_astronomers_define_the_year.html), o conceito de “ano” é muito subjectivo, dependendo sempre de uma referência que tem o “defeito” de estar sempre em movimento (lua, sol, estrela distante/órbita). Talvez a melhor solução fosse mesmo essa de relegar certos “dias”/”horas” para ” fora do tempo” a fim do ciclo convencionado ficar refeito… Mas já estou mesmo a imaginar muitas pessoas (que gostam de ser ignorantes) a não (querer) perceber , muitos pseudos a “profetizar” esse período como o “tempo do caos/diabo/maus espíritos/más energias” e muitos vigaristas a manipular os mais incautos e a lucrar com isso tudo…
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Sim, porque é um ciclo sem começo ou fim, é contínuo. Logo, qualquer momento que coloquemos como sendo o começo de um ciclo (ano) é puramente subjectivo.
Pessoalmente, eu colocaria num solstício. Porquê? Porque já existem essas interpretações subjetivas, incluindo as festas pagãs com druidas e tudo (e as ideias pseudo de que falou). Por isso, aproveitava-se já essas festas e fazia-se Ano Novo 😛
Xevious, nenhum calendário é exatamente preciso. Há de se considerar que não são nunca 365 dias “redondos” para completar um ano onde adaptações são sempre necessárias. Um exemplo comum disto é o dia 29 de fevereiro inserido a cada 4 anos no calendário juliano e gregoriano, onde durante o século XV tivemos a alteração de um para o outro para fazer um “ajuste fino” suprimindo alguns dias a mais da conta ao longo de séculos, uma vez que o ano tropical não possui exatos 365 e 6 horas faltando na verdade 11 minutos e 14 segundos para isso.
Todos os calendários que registram o ano solar consideram o ano tropical onde o ano é definido como a passagem de um solstício (ou equinócio) ao outro. Tal sistema leva em consideração não são o giro da Terra em torno do sol mas também o movimento de precessão onde a Terra tem um giro do seu eixo de rotação semelhante a um pião.
Já o ano sideral também não possui um único dia que possa ser marcado, como o dia de hoje em que estamos no periélio. Apesar de que podemos calcular um ponto em que a Terra completa uma volta em torno do Sol utilizando algum outro astro como referência para marcar um ponto na órbita, a aproximação e o afastamento total sofre algumas variações devido a influência gravitacional que a Lua exerce sobre a Terra.
Tanto é que a data do periélio este ano ficou em 4 de janeiro, porém ano passado isso foi no dia 2, enquanto em 2012 foi no dia 5. Já para 2015 será novamente no dia 4 e para 2016, no dia 2.
Se a questão é o calendário em si, e como diferente do calendário judaico e do calendário islâmico o calendário juliano, gregoriano e maia não consideram o mês de acordo com o movimento lunar, com meses alternados de 29 e 30 dias, porque razão temos meses de 28 dias (maia) ou 30 e 31 dias? Podemos fracionar o ano de outras maneiras. Mais ainda, as razões para termos uma semana de 7 dias possuem raízes completamente culturais, nada relacionado a observação natural. Se o objetivo é fracionar o ano de maneira mais racional me parece mais interessante criarmos semanas de 5 dias, totalizando 73 semanas no ano. Teremos o problema de que 73 é número primo, onde então teríamos meses com mais ou menos semanas que outros, contudo, podemos fazer então uma “semana fora do tempo” similar ao dia do calendário maia, e assim as 72 semanas ordinárias poderiam ser distintas em 12 meses de 6 semanas de 5 dias.
Melhor ainda, consideraremos que os meses começariam somente após o solstício ou equinócio, e o 1 ou 2 dias que sobrarem após o término do último mês na eminência deste evento seriam datados como “fora do tempo”.
Um calendário absolutamente solar e natural, que não traria queixas quanto a frações distintas e ainda com apenas 3 dias de trabalho por semana no lugar de 5. Que tal? =)
Ok, mas os maias resolveram isso também..
De tantos em tantos anos, ocorrem 2 dias “fora do tempo”.
Que doido isso ai do calendário maia, não sabia…….se for verdade é muito bacana.
Deveria ser adotado hoje de verdade como dia primeiro.
E ainda deveríamos adotar o calendário Maia, não por causa dos Katuns, mas porque ele é preciso.
É formado por meses que tem sempre a mesma quantidade de dias.
Em que todas as semanas sempre se repetem.
Ou seja se dia 4 de Janeiro cai num sábado, sempre cairia num sábado.
Para ele funcionar, é necessário “um dia fora do calendário”
Que corresponde ao dia do Afélio.
Que poderia ser um feriado mundial, seria legal 🙂
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Wow! Grande ideia 😀
Era horrível para aqueles que fizessem sempre anos a uma Segunda-feira.
[…] (e aqui). Aeroportos. Nuvens. Migração. Deriva Continental. Rotação abranda. Parar de Girar. Periélio. Auroras (25 + 20 + 15 + 9 + premiada). Falsas. Hverir. Desastres: Eyjafjallajökull e vídeos. […]