O cérebro humano é uma construção impressionante. Sabemos já faz um bom tempo que ele é formado por duas partes, unidas pelo corpo caloso, que o hemisfério direito comanda o lado esquerdo do corpo, e vice-versa. Sabemos várias coisas sobre o cérebro, mas ainda há muito para se descobrir. Provavelmente o problema da consciência (de onde ela vem? O que ela é?) é um dos mais importantes.
Vilayanur Subramanian Ramachandran é um neurocientista conhecido por seu trabalho nas áreas de neurologia comportamental e psicofísica visual. Atualmente é Professor do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação de Neurociências da Universidade da Califórnia, em San Diego. Um de seus livros, Fantasmas no Cérebro: uma investigação dos mistérios da mente humana, foi publicado no Brasil.
Neste vídeo, legendado em português, Ramachandran comenta sobre os estudos com pacientes que tiveram danos no cérebro que “separou” as duas metades, tornando-as independentes. O resultado disso é a criação de dois seres humanos distintos no mesmo corpo. E cada um possui suas próprias visões teológicas. Confira:
4 comentários
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Sobre a grande pergunta feita……
Quem tem os dois hemisférios vive sem certezas, uns vivem com crenças outros julgam que vivem sem elas. Qual é a estranheza da resposta de alguém que apenas possui um hemisfério? Quem me garante que um hemisfério não “cruza” a racionalidade, as emoções, e tudo o que relaciona o Ser Humano, com o outro?
Tenha pena de ele não ter perguntado pelo Gato de Schrödinger….seria interessante ouvir!!!
Cumprimentos
Estranho. Como ele fazia para dirigir-se aos hemisférios de forma não simultânea? ver em 1:45min.
Curiosas observações: Temos portanto duas metades de cérebro com um mesmo património genético, sujeitas às mesmas experiências de vida e de aprendizagem, contudo, têm evoluções distintas!… Com os dados que possuem, cada metade de cérebro processa-os de forma diferente – trata-se de algo aleatório ou cada uma dessas metades já está “pré-programa” para evoluir em determinada direção?
Não se percebe muito bem a partir da descrição da experiência, mas parece que a metade esquerda controla a linguagem daí que, nos indivíduos afetados, a metade direita só se pode expressar através do braço esquerdo – é como se estivesse uma personalidade aprisionada dentro de outra!…
Apesar do hemisfério direito do cérebro estar assim limitado a se expressar de uma única forma, não tendo influência na linguagem, como é que essa pessoa consegue funcionar e agir sem que os dois hemisférios estejam em sintonia?
Será que as suas atitudes acabam por ser determinadas apenas por um dos hemisférios? E, se assim fôr, por qual deles?
Author
António, esse tipo de dano cerebral já é estudado faz um bom tempo. Pelo que eu conheço (não sou neurocientista), as próprias pessoas não se dão conta de que são duas “pessoas” diferentes, por assim dizer. É bem estranho, mas basicamente ela toma decisões sem perceber essa dualidade, que só fica evidente mesmo quando na tomada de decisões contraditórias. Mas tudo depende também do tipo de dano. Há danos no cérebro em que a pessoa deixa de sentir-se triste ou feliz, mas tem consciência, quando vê uma cena triste, de que deveria se sentir triste, e que antigamente isso aconteceria. Mas mesmo assim essa pessoa não consegue assimilar que há um “defeito” no seu cérebro.
O cérebro é uma coisa bem complexa, então nem vou tentar explicar muito, pois meu conhecimento não é tão aprofundado e só iria complicar ainda mais.