Fez na semana passada dez anos que a Cassini entrou no sistema saturniano. Depois de uma viagem de mais de 6 anos e meio, com assistências gravitacionais em Vénus, na Terra, e em Júpiter, a sonda da NASA mergulhou a grande velocidade em direção a Saturno, sobrevoando a lua Febe durante a fase final da sua aproximação ao planeta.
Febe orbita Saturno a uma distância média de 12,9 milhões de quilómetros, pelo que iria estar fora do alcance dos instrumentos da Cassini a partir do momento que esta atingisse a órbita previamente planeada em redor do planeta. Sabendo que esta seria uma oportunidade única de estudar de perto este enigmático objeto, os responsáveis da missão traçaram uma trajetória que passasse deliberadamente a apenas 2068 quilómetros de distância da sua superfície. O encontro teve como resultado estes dois belíssimos mosaicos:
Perspetiva da Cassini durante a sua aproximação a Febe. Mosaico construído com imagens obtidas a 11 de junho de 2004, pelas câmaras do sistema de imagem e do espetrómetro VIMS (resolução da imagem original: 60 metros/pixel).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/SSI/UA/Daniel Macháček.
Perspetiva da Cassini na sua despedida a Febe. Mosaico construído com imagens obtidas a 11 de junho de 2004, pelas câmaras do sistema de imagem e do espetrómetro VIMS (resolução da imagem original: 60 metros/pixel).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/SSI/UA/Daniel Macháček.
Febe é um objeto esferoide, com um diâmetro aproximado de 213 quilómetros e uma superfície muito escura. A sua órbita é retrógrada e alongada, o que sugere que este pequeno mundo não partilha uma origem comum com Saturno e as suas luas interiores. Com uma densidade de apenas 1,6 g/cm3, Febe é provavelmente um centauro capturado – um objeto da Cintura de Kuiper que no passado terá migrado para os domínios dos quatro planetas exteriores.
Os dois mosaicos de cima são da autoria de Daniel Macháček (um dos membros do fórum UmmanedSpaceflight.com) e mostram as duas faces de Febe em cores aproximadamente naturais. Jasão surge proeminente nos dois retratos. Com 101 quilómetros de diâmetro, esta é a maior cratera visível na superfície de Febe. No seu interior podemos ver Ergino, uma cratera cujas vertentes interiores exibem desmoronamentos brilhantes – provavelmente áreas com gelo de água puro recentemente exposto.
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