Dark Side of the Moon – Opération Lune foi um documentário produzido sobre a chamada Conspiração da Lua.
Na verdade, é um falso documentário, mais precisamente um mockumentary.
É um documentário que apresenta factos supostamente reais, mas que na verdade são falsos, com o objetivo de parodiar e gozar com os crentes nas idiotices.
Há cada vez mais mockumentaries, e as pessoas vão caindo…
Dark Side of the Moon é um falso documentário francês, que saiu em 2002.
Este mockumentary utiliza de forma soberba verdadeiros astronautas (ex: Buzz Aldrin), políticos famosos (ex: Donald Rumsfeld, Henry Kissinger, etc) e a mulher de Stanley Kubrick (Christiane Kubrick), para promover a suposta farsa lunar.
Na altura em que o vi, em 2002, fiquei na dúvida quase até ao final sobre a veracidade (ou falta dela) de algumas das coisas que são ditas pelos entrevistados. No entanto, mesmo no final, percebi que era tudo a gozar.
No início do documentário, mostram-se evidências de que o programa lunar estava atrasado e com vários problemas de execução.
A missão Apollo 11 concretiza-se, mas foi uma desilusão já que não conseguiram quaisquer imagens dos astronautas na superfície lunar. Assim, a administração americana, liderada por Richard Nixon, decide falsificar algumas imagens lunares num estúdio. Para que ninguém desse “com a língua nos dentes”, Nixon dá a ordem para assassinar os técnicos ligados à criação das imagens falsas. Somente Kubrick foi poupado, mas foi obrigado a ficar em prisão domiciliária até ao fim da vida.
O filme utiliza várias estratégias para parecer real: usa a viúva e o cunhado de Kubrick, entrevista pessoas da NASA como o astronauta Buzz Aldrin (sob o pretexto de que se está a fazer um documentário real), aproveita imagens de entrevistas reais de Richard Nixon, Rumsfeld, Kissinger, etc, para outros documentários e edita-lhes as respostas de modo a mudar o sentido do que eles dizem, e contrata atores para fazer a ligação entre as entrevistas e tornar a estória mais credível.
Como se sabe que este documentário é falso?
Através de várias evidências:
1 – A apresentação do filme diz: “Este filme mistura mentiras entre algumas verdades, tendo como único objetivo entreter as pessoas com base na ironia e em imagens de arquivo que podem ser trabalhadas para dizer tudo o que quisermos”.
2 – O filme concentra-se na Apollo 11, mas “esquece-se” que outras 5 missões humanas pousaram na Lua. Ou seja, é exatamente o mesmo tipo de “esquecimentos” que os conspiradores têm para dizerem que o Homem nunca foi à Lua. Fomenta-se a ignorância dos factos.
3 – Existem vários erros factuais, como por exemplo: trocarem algumas datas de propósito (ex: ano do discurso de Kennedy, dia de lançamento da Apollo 11), dizerem que Nixon foi Governador da Califórnia, afirmarem que Lyndon Johnson foi Governador do Texas, dizerem que a família Bush é da Florida, etc.
Além de existirem outras evidências menos claras, como por exemplo: os nomes das testemunhas são personagens de filmes de Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock.
4 – Várias pessoas que aparecem no documentário são falsas – são atores a fazerem-se passar por pessoas reais.
5 – No final do documentário, os entrevistados aparecem a ensaiarem as respostas mentirosas, a rirem-se, a dizerem que é tudo falso (foi tudo inventado), e a gozarem com os crentes.
Esta foi a evidência concreta que me fez perceber que era tudo a gozar.
6 – Nos créditos, aparece o nome dos atores, que supostamente são testemunhas da farsa.
Também nos créditos, aparece o nome dos vários documentários que foram a “fonte” para roubarem as imagens dos entrevistados famosos para lhes mudarem o sentido das palavras.
Quando o documentário foi mostrado a uma audiência-teste, de alunos de sociologia, eles acreditaram estarem na presença de um documentário real.
Existem conspiradores, como Wayne Green, que utiliza este documentário como evidencia que foi tudo uma farsa (ele acredita que o documentário é real).
No Youtube existem milhares de pequenos excertos retirados deste documentário, de modo a enganar as pessoas que esses extratos mostram que a conquista lunar foi uma farsa. Um dos entrevistados mais erroneamente utilizados é Buzz Aldrin. Ou seja, não acreditem em vídeos de Youtube, o Youtube não é uma fonte credível!
Neste caso, esses vídeos são colocados por crentes ignorantes ou vigaristas, de modo a promoverem as idiotices da conspiração e enganarem os mais crédulos com informação enganosa.
Infelizmente, os defensores das conspirações não conseguem ter pensamento crítico e pensarem por eles próprios, daí que argumentam que “se certa pessoa disse algo num vídeo, então só pode ser verdade”. É o argumento da autoridade levado ao exagero na era da desinformação do Youtube…
Aliás, a consequência sociológica deste documentário é muito interessante e evidencia a Lei de Poe: os crentes-conspiradores não percebem a paródia, não compreendem que estão a ser gozados, e acreditam piamente que este falso documentário retrata entrevistas reais.
O realizador do falso documentário, William Karel, chega mesmo a receber e-mails de crentes-conspiradores a congratulá-lo por “expor a farsa lunar”, o que o diverte e ao mesmo tempo entristece (por as pessoas serem tão ignorantes).
Enfim… nunca se deve menosprezar a estupidez dos conspiradores. Como Einstein disse, a única coisa que sabemos com certeza que é infinita é a estupidez humana.
Por fim, deixo-vos todas as evidências a explicar que a ideia de conspiração nas Missões Apollo não faz qualquer sentido.
Recomendo vivamente a leitura deste trabalho de quase 40 páginas.
Leiam todas as explicações, aqui.
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[…] de falso documentário a gozar fortemente com os fundamentalistas que negam este feito, como o Dark Side of the Moon (que até tem imensos pequenos clips no Youtube de ignorantes que acreditam que as pessoas lá […]