Este Natal Quero uma TV

Todas as noites olho para o céu, tanto para as estrelas como para as nuvens. Não encontro a estrela de Belém, nem o trenó, nem o Nibiru do fim do mundo, nem OVNIs. Então, procuro um asteróide, a ISS ou outro satélite, ou uma improvável supernova. Ou procuro relâmpagos, nuvens bem carregadas ou coloridas e arco-íris. Enfim, tudo me fascina acima da minha cabeça. É surpreendente que possamos entender algumas coisas que nunca iremos tocar. Infelizmente a minha casa não é toda de vidro e não vivo numa zona escura à noite. Também não tenho nenhum telescópio, mas já tive um quando tinha 10 anos, daqueles que custam €10 – na verdade foi um presente de Natal do emprego do meu pai -, pois acreditem que deu muito jeito porque me deu para ver o cometa Hale-Bopp, a lua e 2 vizinhas. Foi quase o primeiro contacto que tive com o espaço. Vamos ao início. Com 5 anos, um primo falava-me do super-homem. Procurei-o sem sucesso. Passado pouco tempo lá descobri super-homens que não voavam mas que me faziam voar. Recebi um livro sobre astronautas, que li 2 vezes na mesma tarde e, nesse Natal, o “Cosmos” de Carl Sagan, que li, re-li e decorei trechos. Depois, com a entrada para a faculdade recebi livros do Stephen Hawking e comprei livros do Brian Greene. Voltando ao presente actual. O que pretendo hoje não é uma TV, mas sim muitas TVs ligadas ao espaço. Tenho apenas uma mas tem muitos canais que nada interessam e canais bons mas que nem sempre dão o que gosto. Na era da informação constante em todo o lado não é difícil ter acesso ao que se quer, mas só quem quer o faz. O meu desejo é as pessoas quererem saber. Sim, é isso e é difícil pois parte de cada um. Se eu quiser saber da vida dos outros antes de querer saber da minha, eu perco-me. Nós damos as ferramentas, o conhecimento. As pessoas têm de dar a curiosidade e a vontade de querer saber e, depois, de querer mudar.

Bom Natal