VISTA observa através da Via Láctea

Nova imagem infravermelha da Nebulosa Trífida revela novas estrelas variáveis muito para além dela.

Este pequeno extracto do rastreio VVV do VISTA das regiões centrais da Via Láctea mostra a famosa Nebulosa Trífida à direita do centro. A nebulosa aparece-nos bastante ténue e fantasmagórica a estes comprimentos de onda do infravermelho, quando comparada com a sua imagem mais familiar no visível. Esta transparência tem os seus benefícios, uma vez que objetos de fundo previamente impossíveis de observar podem agora ser vistos claramente. Entre eles estão duas estrelas variáveis Cefeides recém descobertas, as primeiras encontradas até à data do outro lado da Galáxia, próximo do plano central. Créditos: ESO/VVV consortium/D. Minniti

Este pequeno extracto do rastreio VVV do VISTA das regiões centrais da Via Láctea mostra a famosa Nebulosa Trífida à direita do centro. A nebulosa aparece-nos bastante ténue e fantasmagórica a estes comprimentos de onda do infravermelho, quando comparada com a sua imagem mais familiar no visível. Esta transparência tem os seus benefícios, uma vez que objetos de fundo previamente impossíveis de observar podem agora ser vistos claramente. Entre eles estão duas estrelas variáveis Cefeides recém descobertas, as primeiras encontradas até à data do outro lado da Galáxia, próximo do plano central.
Créditos: ESO/VVV consortium/D. Minniti

Uma nova imagem obtida com o telescópio de rastreio do ESO, o VISTA, revela a famosa Nebulosa Trífida de maneira diferente e fantasmagórica.
Ao observar no infravermelho, os astrónomos podem ver para além das regiões centrais da Via Láctea obscurecidas por poeira e descobrir muitos objetos invisíveis a outros comprimentos de onda.
Numa pequena parte de um dos rastreios do VISTA, os astrónomos descobriram duas estrelas variáveis Cefeides, desconhecidas até agora e muito distantes, que se situam quase diretamente por detrás da Trífida.
Estas são as primeiras estrelas deste tipo a serem descobertas no plano central da Via Láctea para lá do bojo central.

Esta imagem faz a comparação entre a nova imagem da Nebulosa Trífida no infravermelho, do rastreio VVV do VISTA (em cima) com a mais familiar imagem no visível obtida por um pequeno telescópio (embaixo). As nuvens brilhantes de gás e poeira são muito menos proeminentes no infravermelho, o que faz com que se observem muito mais estrelas por detrás da nebulosa, incluindo duas estrelas variáveis Cefeides recentemente descobertas. Créditos: ESO/VVV consortium/D. Minniti/Gábor Tóth

Esta imagem faz a comparação entre a nova imagem da Nebulosa Trífida no infravermelho, do rastreio VVV do VISTA (em cima) com a mais familiar imagem no visível obtida por um pequeno telescópio (em baixo).
As nuvens brilhantes de gás e poeira são muito menos proeminentes no infravermelho, o que faz com que se observem muito mais estrelas por detrás da nebulosa, incluindo duas estrelas variáveis Cefeides recentemente descobertas.
Créditos: ESO/VVV consortium/D. Minniti/Gábor Tóth

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Nas imagens mais familiares da Trífida, no visível, a nebulosa brilha intensamente tanto na emissão cor de rosa do hidrogénio ionizado como no nevoeiro azulado da radiação dispersa por estrelas quentes jovens. São também proeminentes enormes nuvens de poeira que absorvem a radiação.
No entanto, a imagem infravermelha do VISTA é muito diferente. A nebulosa aparece-nos apenas como uma sombra da sua imagem habitual no visível. As nuvens de poeira encontram-se muito menos proeminentes e o brilho intenso das nuvens de hidrogénio, assim como a estrutura em três partes, são praticamente invisíveis.

Na nova imagem, como que a compensar o desvanecer da nebulosa, vemos um panorama completamente diferente mas bastante espetacular. As nuvens espessas de poeira no disco da nossa Galáxia, que absorvem a radiação visível, deixam passar a maior parte da radiação infravermelha que é observada pelo VISTA. Em vez de termos uma visão bloqueada pela poeira, o VISTA consegue observar muito para além da Trífida e detectar objetos no outro lado da Galáxia, que nunca foram observados antes.

Por acaso, esta imagem mostra um exemplo perfeito das surpresas que podem ser reveladas quando obtemos imagens no infravermelho. Aparentemente próximo da Trífida no céu, mas na realidade sete vezes mais distante, descobriu-se nos dados VISTA um par de estrelas variáveis. Tratam-se de variáveis Cefeides, um tipo de estrelas brilhantes instáveis que, com o tempo, aumentam lentamente de brilho e depois desvanecem. Este par de estrelas, que os astrónomos pensam ser os membros mais brilhantes de um enxame de estrelas, são as únicas variáveis Cefeides detectadas até à data que se encontram próximo do plano central, mas do outro lado da Galáxia. Estas estrelas aumentam de brilho e desvanecem num período de tempo de onze dias.

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A Nebulosa Trífida situa-se a cerca de 5200 anos-luz de distância da Terra, o centro da Via Láctea está a cerca de 27 000 anos-luz de distância, praticamente na mesma direção, e as Cefeides recém descobertas encontram-se a uma distância de cerca de 37 000 anos-luz.

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Leia o artigo completo na página do ESO, aqui.

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