Portugal envolvido na construção de instrumentos para o maior telescópio do mundo

Imagem artística de uma vista aérea do E-ELT, no topo do Cerro Armazones (Chile). O telescópio já se encontra em construção e deve entrar em funcionamento em 2024. Crédito: ESO/L. Calçada

Imagem artística de uma vista aérea do E-ELT, no topo do Cerro Armazones (Chile). O telescópio já se encontra em construção e deve entrar em funcionamento em 2024. Crédito: ESO/L. Calçada

Investigadores e engenheiros dos consórcios MOSAIC e HIRES, nos quais está inserido o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), já começaram a definir as especificações dos espectrógrafos MOS e HIRES, destinados ao E-ELT do ESO.

O HIRES (High Resolution Spectrograph, ou espectrógrafo de alta resolução) é um instrumento que irá observar, com grande precisão, objetos individuais no visível e no infravermelho. Permitirá, procurar indícios de vida através da análise da atmosfera de exoplanetas, estudar a evolução de galáxias e identificar a primeira geração de estrelas que se formaram no Universo primitivo, ou determinar se as constantes do Universo variam ao longo do tempo.

Para Nuno Cardoso Santos (IA e Universidade do Porto): “A participação do IA no HIRES, com uma clara liderança científica e técnica em vários aspetos, encaixa perfeitamente na estratégia de longo prazo definida pela instituição nas suas várias linhas de intervenção. Além disso, coroa a capacidade única já demonstrada em projetos anteriores, como o ESPRESSO e o MOONS para o VLT, ou a missão CHEOPS para a Agência Espacial Europeia (ESA)”.

Através de rastreios de alta precisão de vastas áreas do céu, no visível e no infravermelho, o espectrógrafo MOS (Multi-Object Spectrograph, ou espectrógrafo multi-objetos) permitirá a investigação da formação das primeiras galáxias e como estas se juntaram em estruturas maiores, como a Via Láctea. O estudo da distribuição da matéria normal e da matéria escura no Universo, ou como os exoplanetas se formam e evoluem, serão outros objetivos do MOS.

José Afonso (IA e Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa), membro do comité de supervisão para o MOSAIC, comenta: “A estratégia de desenvolvimento do IA garante que a Astrofísica nacional continuará a liderar internacionalmente por muitos anos. A capacidade científica e tecnológica adquirida nos últimos anos foi fundamental para o papel assumido nestes projetos emblemáticos para o maior telescópio da próxima década”.

Os contratos para os estudos de design e conceção destes instrumentos foram assinados nos dias 18 (MOS) e 22 (HIRES) de março de 2016.

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