Supernova na Galáxia Messier 66!

O projecto All Sky Automated Survey for SuperNovae (ASASSN) anunciou a descoberta de uma supernova na galáxia espiral barrada Messier 66 (M66), situada na constelação do Leão a apenas 32 milhões de anos-luz. Trata-se de uma galáxia fácil de observar e bem conhecida dos astrónomos amadores por fazer parte do chamado “Trio do Leão”, um fotogénico grupo que inclui NGC3628, M66 e M65.

A imagem da descoberta da supernova AT2016cok na galáxia M66, à direita, comparada com uma imagem de arquivo da mesma galáxia, à esquerda. Crédito: Bock et al. 2016.

A imagem da descoberta da supernova AT2016cok na galáxia M66, à direita, comparada com uma imagem de arquivo da mesma galáxia, à esquerda.
Crédito: Bock et al. 2016.

A supernova, designada oficialmente por AT2016cok, foi descoberta em imagens obtidas às 7 horas UT do dia 28 de Maio, com magnitude 16.7. A confirmação independente surgiu horas depois numa imagem obtida por Greg Bock. A supernova não é visível em imagens obtidas 4 dias antes. À distância da M66, o brilho aparente da supernova corresponde a uma magnitude absoluta visual de -13.4, muito inferior à de uma supernova normal. É possível que a explosão esteja ainda na sua fase inicial ou então que esteja a ser obscurecida por nuvens de poeira interestelar na galáxia hospedeira.

O “Trio do Leão”. Crédito: REU program/NOAO/AURA/NSF.

O “Trio do Leão”.
Crédito: REU program/NOAO/AURA/NSF.

Zhang et al., do Yunnan Astronomical Observatory, na China, obtiveram um espectro que sugere que se trata de uma supernova de tipo II-P, resultante do colapso gravitacional de uma estrela maciça, rica em hidrogénio. A análise do espectro permitiu ainda determinar que as camadas exteriores da estrela estão a ser projectadas para o espaço a uma velocidade de 9 mil quilómetros por segundo!

Imagem da Messier 66 obtida pelo Hubble com a posição aproximada da supernova AT2016cok. Crédito: ESA/Hubble.

Imagem da Messier 66 obtida pelo Hubble com a posição aproximada da supernova AT2016cok.
Crédito: ESA/Hubble.

A comparação da imagem da descoberta com uma imagem muito detalhada da galáxia obtida pelo Telescópio Espacial Hubble sugere que a supernova resultou da explosão de uma estrela que se encontrava por detrás de densas nuvens de poeira interestelar na galáxia hospedeira, o que poderá explicar a sua luminosidade aparente anormalmente baixa.

(Fonte: Astronomer’s Telegram #9091)

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