Com a nova missão do Telescópio Espacial Kepler, a K2, uma equipa internacional de astrônomos descobriu mais de 100 exoplanetas e quase 200 candidatos a exoplanetas.
O mais legal, é que podemos dizer que essa descoberta só foi possível graças ao problema da missão original do Kepler.
Na sua missão original, ele pesquisava uma área fixa do céu. Com o problema nos giroscópios, ele perdeu precisão para ficar apontado muito tempo para uma estrela, mas ganhou a liberdade de pesquisar outras áreas do céu.
Assim, o Kepler pode observar uma fração maior de estrelas menores e mais frias: estrelas do tipo anãs-vermelhas, as estrelas mais comuns na Via Láctea.
Embora a missão tenha sido adaptada, a região do céu mudada e o tipo de estrela pesquisado alterado, a técnica continua a mesma.
O Kepler regista a curva de luz da estrela, e se um exoplaneta passar na sua frente, ele é capaz de medir a queda no brilho causado pelo trânsito.
Além disso, como parte da técnica de descoberta, assim que o Kepler identifica um candidato, grandes telescópios na Terra são usados para confirmar ou não a descoberta.
Nessas novas descobertas foram usados os Observatórios Gemini Norte e Keck, para poder confirmar cada exoplaneta descoberto.
De todos esses novos exoplanetas um sistema particular chamou a atenção dos pesquisadores. Ele é formado por 4 exoplanetas que poderiam ser rochosos.
Esses exoplanetas serão entre 20% e 50% maiores que a Terra em diâmetro, e orbitam uma estrela do tipo anã M, conhecida como K2-72, localizada a 181 anos-luz de distância da Terra na direção da constelação de Aquário.
A estrela tem menos de metade do tamanho do Sol, e é menos brilhante.
O período orbital dos exoplanetas varia de 5,5 até 24 dias, e dois deles experimentam níveis de radiação comparáveis com a Terra.
Apesar da órbita apertada, o autor do trabalho disse que não podemos descartar a possibilidade da vida ter se desenvolvido nesse exoplaneta.
Essa descoberta é importante por diversos fatores:
1 – São mais exoplanetas para serem carregados nos catálogos, e nesse caso quanto mais melhor.
2 – Ela prova que o Kepler ainda funciona perfeitamente e pode ser usado por mais algum tempo como descobridor de exoplanetas.
3 – Prova que a missão K2, e a liberdade de explorar outras áreas do céu, traz grandes surpresas na descoberta de novos exoplanetas.
4 – Começa a buscar e descobrir exoplanetas em estrelas mais brilhantes e na linha da eclíptica, o que aumenta a variedade de exoplanetas e prepara o caminho para as próximas missões de busca de exoplanetas como o James Webb e o TESS.
Fontes: NASA, Artigo Científico
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