“Por vezes vejo-te nos meus sonhos.
Toco-te, sinto-te e é assim que te vou conhecendo.
Ergue-se uma ponte que se estende na escuridão,
encantas a minha noite com feitiços de sedução.
Estrelas que tremem na glamorosa presença do teu ser,
provocações e jogos que se permanecem depois do Sol nascer.
Ouço silêncio quando a Lagoa verte lágrimas de cristal,
porque o teu olhar me sussurra palavras de efervescer.
Incendeias o momento num ambiente transcendental,
e tocas-me com o teu sorriso mágico de safira azul zenital.“
@ Ruben Barbosa, in Astronomia com Poesia.
A Nebulosa da Lagoa (Messier 8, NGC 6523) é uma gigantesca nuvem interestelar na constelação de Sagitário, localizada a cerca de 5.200 anos-luz de distância da Terra e cobre uma área de cerca de 140 por 60 anos-luz.
De facto, esta área é tão grande que nos permite observar o objeto a olho nú.
Como com todas as nebulosas, as cores que vemos nas nuvens brilhantes dependem da sua composição química. Observada com binóculos, a nebulosa surge-nos como uma mancha oval cinzenta, com um núcleo definido, formado essencialmente por oxigénio triplamente ionizado. Uma exposição mais prolongada irá revelar tons avermelhados, característicos do hidrogénio ionizado, com manchas escuras de nuvens de poeiras a bloquear a luz.
A Nebulosa da Lagoa tem este nome por causa da nuvem de poeira visível no centro da imagem:
- À esquerda da nuvem, podemos contemplar o aglomerado aberto NGC 6530, composto por várias estrelas brilhantes que se terão formado no seu interior há somente alguns milhões de anos.
- Um pouco à direita da nuvem surge a estrela mais brilhante do objeto, a 9 Sagittarii (de magnitude aparente 5,97 e classe espetral O5), responsável por grande parte do brilho da nebulosa.
- A região mais brilhante, à sua direita, é conhecida como a Nebulosa da Ampulheta e é um local de intensa formação estelar.
- Uma das suas principais características é a presença de nebulosas negras conhecidas como glóbulos de Bok, que são nuvens protoestelares com diâmetros de cerca de 10 000 UA.
Enquanto a imagem anterior teve por base os canais RGB (Red, Green, Blue), há quem prefira trabalhar em SHO (Enxofre, Hidrogénio-alfa e Oxigénio). Efetivamente, as imagens SHO podem ser viciantes na medida que nos permitem grande combinação de cores (artificiais) e a prova disso é que não resisti e acabei por adicionar uma camada de Ha à imagem anterior, que se veio a traduzir nalgum relevo, definição e contraste.
Um exemplo de processamento em banda estreita (SHO) pode ser visto na imagem seguinte:
construída através das seguintes imagens:
Um processamento bicolor (HO):
Uma visão panorâmica da região M8:
Últimos comentários