A estrela mais estranha da Via Láctea, a KIC 8462852, continua sendo estudada de forma exaustiva com o objetivo de tentar resolver o seu mistério, que vem desafiando os astrônomos desde 2015.
Um novo estudo foi divulgado agora, com observações feitas pelos telescópios espaciais Swift e Spitzer da NASA nos comprimentos de onda do ultravioleta e infravermelho respectivamente, e esse estudo mostra o que pode estar causando o estranho comportamento da estrela.
A estrela de Tabby está localizada a cerca de 1500 anos-luz de distância da Terra, e foi observada pelo Kepler no ano de 2015.
Nesse ano notou-se que a estrela apresentava um comportamento diferente: ela tinha uma queda de brilho, que era muito maior do que a queda observada em outras estrelas com exoplanetas, chegando a 20%. Essa queda, além de não ser periódica, também possuía intensidade diferente.
A partir daí uma série de hipóteses foram formuladas para explicar o comportamento da KIC 8462852: uma família de cometas passando em frente da estrela, uma anã marrom/castanha passando em frente da estrela, falha no equipamento de observação, um planeta com anéis, uma família de asteroides troianos, ou até a famosa esfera de Dyson (a tal megaestrutura alienígena). Desta vez a hipótese é de ser uma nuvem de poeira interestelar orbitando a estrela.
Para chegar nessa última hipótese, os pesquisadores observaram a estrela em diferentes comprimentos de onda: infravermelho e ultravioleta.
Qualquer uma das hipóteses propostas anteriormente provocariam uma queda igual em todos os comprimentos de onda, mas ao observar o resultado, os pesquisadores notaram que no infravermelho a queda era bem menor do que no ultravioleta e do que na luz visível.
A estrela foi observada entre Janeiro e Dezembro de 2016.
O comportamento em diferentes comprimentos de onda só seria explicado por partículas com alguns micrômetros de diâmetro. Isso faz com que essas partículas de poeira tenham que ser maiores do que a poeira interestelar. Assim, isso faz com que a melhor explicação seja um disco de poeira circumstelar orbitando a estrela com um período de cerca de 700 dias.
Essa explicação se torna a melhor até ao momento. Porém, ela não explica tudo.
Duas coisas que faltam ser detalhadas é: a queda de brilho de 20% e a queda de brilho de curto período. Essas duas situações não são explicadas pela hipótese da nuvem de poeira.
Os pesquisadores profissionais estão usando projetos de ciência cidadã, como o Planet Hunters, por exemplo, para colaborar na identificação de qualquer queda de brilho na estrela, além de estarem a ser usados novos instrumentos para observar a estrela.
Fontes: NASA, JPL, Spitzer, Phys.org, artigo científico
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