Possível Resquício de Antigo Oceano em Ceres

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Esta animação mostra o planeta anão Ceres, visto pela sonda Dawn. No mapa da direita vemos a estrutura interna de Ceres a partir de medições gravitacionais.
Créditos: NASA / JPL-Caltech / UCLA / MPS / DLR / IDA

Ceres é o planeta anão mais próximo de nós, é o maior objeto do Cinturão Principal de Asteroides do nosso Sistema Solar e é um mundo muito interessante de ser estudado.

A cada dia que passa aprendemos como Ceres é um mundo complexo e dinâmico, que pode ter tido muita água líquida no seu passado e ainda pode ter alguma água na sua subsuperfície.

Recentemente dois trabalhos na área de geologia planetária demonstraram essa complexidade e essa dinâmica de forma fenomenal.
Infelizmente, não podemos pisar em Ceres para fazermos análises geológicas, mas graças à geofísica e à sonda Dawn, da NASA, podemos usar um método geofísico chamado de gravimetria para entender o que se passa no interior do planeta anão.

A primeira pesquisa da gravimetria de Ceres mostrou que ele é um objeto possivelmente ainda geologicamente ativo, e caso não seja, ele era ativo até um passado recente.
Quatro feições geológicas em Ceres chamam a atenção: as crateras Occator, Kerwan e Yalode, além da montanha solitária, Ahuna Mons. Essas feições estão relacionadas com anomalias gravimétricas. Na verdade, Ceres está repleto de anomalias gravimétricas associadas com feições geológicas. Essa relação indica que o interior de Ceres não é rígido e antigo, mas novo. E sofre processos interessantes e semelhantes àqueles encontrados na Terra como isostasia, relaxamento flexural entre outros.

A crosta de Ceres é composta por uma mistura de gelo, sais e material hidratado que estão sujeitos a atividades geológicas antigas e possivelmente recentes.
Além disso, essa crosta de Ceres representa a parte remanescente de um antigo oceano.

Um segundo estudo só veio a reforçar essa ideia.
Os pesquisadores estudaram como a topografia de Ceres se desenvolveu e assim puderam entender a composição do seu interior. Eles comprovaram a composição da crosta, mostrando que ela é provavelmente composta por uma mistura de gelo, sais e minerais hidratados.

Pelos modelos realizados, os pesquisadores mostraram que o antigo oceano de Ceres está na sua maior parte congelado, e se apresenta na forma de gelo, misturado com sais.
Mas alguns modelos de evolução térmica de Ceres mostram que no interior profundo do planeta anão ainda deve existir alguma porção de líquido remanescente desse antigo oceano.

O facto da sonda Dawn ficar mais tempo em Ceres – ter tido a sua missão estendida -, fará com que possamos cada dia mais entender melhor esse planeta anão tão intrigante.

Fonte: NASA

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