Super-Terra descoberta orbitando estrela de pouca massa

Crédito: Han et al., 2018

Existem várias técnicas de se descobrir exoplanetas.
Cada uma tem a sua certa aplicação.

A técnica do trânsito é talvez a mais famosa, e a que mais descobriu exoplanetas até agora.
Mas, e quando o planeta não passa na frente da sua estrela transitando-a? Como é possível descobrir esse exoplaneta?

Aí os astrônomos usam outras técnicas, entre elas, a chamada microlente gravitacional.
A microlente gravitacional é uma técnica boa para descobrir exoplanetas mais distantes da Terra e também muito boa para descobrir planetas do tipo super-Terra.

De todos os exoplanetas descobertos, somente 2% foram descobertos usando a técnica da microlente gravitacional, pois embora seja boa para determinados casos, ela não é assim tão trivial.

Ela funciona da seguinte maneira: um observatório está monitorando uma determinada estrela distante, quando uma estrela mais próxima passa entre o observador e a estrela distante. Ela causa o efeito de lente gravitacional, ou seja, distorce a luz, e a estrela distante é amplificada e são geradas imagens repetidas dessa estrela distante. Se a estrela mais próxima estiver acompanhada de um exoplaneta, o exoplaneta causa uma perturbação na curva de luz da estrela distante. Analisando essa pequena perturbação, os astrônomos conseguem definir a massa do exoplaneta e algumas das suas propriedades.

Existem alguns projetos na Terra que são especializados na microlente gravitacional, mas a descoberta com essa técnica só vai se intensificar à medida que os projetos começarem a observar campos mais densos de estrelas onde esses alinhamentos são favorecidos.

Um desses projetos é o OGLE: Optical Gravitational Lensing Experiment.
A 8 de Abril de 2017, ele detectou um evento de microlente gravitacional associado a um exoplaneta do tipo super-Terra.
O exoplaneta tem 9 vezes a massa da Terra, e orbita uma estrela do Tipo-M com 0.2 vezes a massa do Sol, a 1.8 UA.
O sistema está localizado a 19000 anos-luz de distância da Terra.

Uma descoberta desse tipo é muito importante, pois ela demonstra que a técnica de microlente gravitacional é uma técnica essencial e efetiva para detectar exoplanetas distantes, em estrelas de pouca massa e exoplanetas do tipo super-Terra, ou seja, uma combinação, onde as outras técnicas costumam falhar.

Fontes: Phys.org, artigo científico

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