Sazonalidade Atmosférica na busca por Vida Alienígena

Crédito: NASA

Nos muitos planetas já descobertos fora do Sistema Solar que podem ser potencialmente habitáveis, uma pergunta se levanta: como saber se esse planeta pode ser habitado?

Essa é uma pergunta muito complicada de ser respondida, porque não podemos visitar esses planetas. A única coisa que podemos fazer é estudá-los, a partir daqui da Terra.

Para esse tipo de estudo existe uma expressão muito legal que é a chamada bioassinatura atmosférica: na atmosfera desses planetas procurar por impressões digitais da vida.

Essa não é uma tarefa nada fácil, pois se baseia em medidas de gases na atmosfera, o que pode levar a interpretações erradas.

Vamos usar como exemplo a Terra: enquanto o nosso planeta orbita o Sol, a sua inclinação faz com que um determinado hemisfério receba mais ou menos luz do Sol num determinado intervalo de tempo. Isso muda o clima, muda o comprimento dos dias e também muda a composição atmosférica local. Por exemplo, numa região com muita vegetação, as plantas crescem no verão reduzindo os níveis de dióxido de carbono na atmosfera e aumentando os níveis de oxigénio.

Isso indica que estudar a atmosfera de um planeta é uma maneira de buscar por bioassinaturas.
Além disso, o estudo precisa ser dinâmico, pois essa assinatura pode mudar de estação para estação. Essa mudança pode indicar se um planeta é habitado ou habitável.

Com isso em mente, um grupo de pesquisadores resolveu estudar esse tipo de variação como bioassinatura.
Para fazer esse estudo, apelaram mais uma vez para as simulações computacionais.
Eles modelaram a flutuação de diferentes tipos de gases na atmosfera de um exoplaneta, gases esses que podem estar relacionados com algum tipo de vida e concluíram que o ozono (O3) que é produzido na atmosfera através de reações do gás oxigênio produzido pela vida, seria um marcador mais facilmente medido para uma variabilidade sazonal do que o O2 propriamente dito.

A ambiguidade ao medir esses gases e relacionar eles com a vida pode ser muito grande.
Por exemplo, tanto o oxigênio como o metano podem ser produzidos por processos biológicos ou geológicos.

Esses modelos são de fundamental importância para serem usados pelos telescópios de próxima geração tanto em terra como no espaço.

Uma maneira de detectar essas mudanças é acompanhar o planeta no decorrer de sua órbita e analisar como a concentração desses gases muda na atmosfera.
Existirão situações em que as mudanças serão praticamente impossíveis de serem explicadas sem a presença de vida.

Essas variações nos gases também irão depender da idade do planeta e do tipo do planeta.

Fonte: Phys.org

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