O Pirata dos Céus do Sul

O Pirata dos Céus do Sul.
Crédito: ESO

Com o auxílio do instrumento FORS2, montado no Very Large Telescope do ESO, os astrónomos observaram a região de formação estelar ativa NGC 2467 — por vezes referida como Nebulosa da Caveira e Ossos.

A imagem foi obtida no âmbito do Programa Joias Cósmicas do ESO, o qual tira partido das raras ocasiões em que as condições de observação não são adequadas para capturar dados científicos. Nestas alturas, em vez de permanecerem inativos, os telescópios do ESO são usados para obter imagens do céu austral visualmente atraentes.

Imagem de grande angular em torno da NGC 2467.
Créditos: ESO/Digitized Sky Survey 2; Davide De Martin.

Esta imagem da região de formação estelar ativa NGC 2467, por vezes referida como Nebulosa da Caveira e Ossos, tem tanto de sinistro como de bonito. A imagem de poeira, gás e estrelas jovens brilhantes ligadas gravitacionalmente em forma de uma caveira sorridente foi obtida pelo instrumento FORS montado no Very Large Telescope do ESO (VLT). Apesar dos telescópios do ESO serem normalmente usados para capturar dados científicos, às vezes observam também imagens como esta — bonitas por si mesmas.

É fácil perceber o motivo da alcunha Caveira e Ossos dada a este objeto, uma vez que esta formação jovem e brilhante assemelha-se bastante a uma caveira, da qual apenas se vê a boca aberta nesta imagem. A NGC 2467 situa-se na constelação da Popa.

Esta coleção nebulosa de enxames estelares é o lugar de nascimento de muitas estrelas, onde um excesso de hidrogénio gasoso fornece matéria prima para a formação estelar. Não se trata, de facto, de uma única nebulosa e os seus enxames estelares constituintes deslocam-se a velocidades diferentes. Apenas um alinhamento fortuito ao longo da linha de visão faz com que as estrelas e o gás se pareçam com uma cara humanoide quando vistos a partir da Terra. Esta imagem luminosa pode não dar aos astrónomos nenhuma informação nova, no entanto fornece-nos um visão do céu austral, resplandecente de maravilhas invisíveis ao olho humano.

A Popa faz parte das três constelações do céu austral com nomes náuticos que costumavam formar uma única constelação enorme, a constelação do Navio Argo, da história mítica de Jasão e os Argonautas. Esta constelação foi dividida em três partes: a Quilha, a Vela e a Popa. Apesar de ser um herói mítico, Jasão rouba o tosão de ouro, por isso esta nebulosa encontra-se não apenas no meio de um vasto navio celeste, mas também entre ladrões — um local mais que apropriado para esta “caveira pirata”.

Esta imagem foi obtida no âmbito do programa Jóias Cósmicas do ESO, uma iniciativa de divulgação científica, que visa obter imagens de objetos interessantes, intrigantes ou visualmente atrativos, utilizando os telescópios do ESO, para efeitos de educação e divulgação científica. O programa utiliza tempo de telescópio que não pode ser usado em observações científicas. Todos os dados obtidos podem ter igualmente interesse científico e são por isso postos à disposição dos astrónomos através do arquivo científico do ESO.

Fonte (transcrição): ESO

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