Homem-Aranha

Para mim, o filme Spider-Man, de 2002, com Tobey Maguire, Kirsten Dunst e James Franco, é o melhor dos filmes sobre o Homem-Aranha.

A história é já demasiado conhecida: um jovem é picado/mordido por uma aranha, e ganha poderes aracnídeos.
Este é o sonho de qualquer jovem do sexo masculino, daí a história ter tido tanto impacto ao longo de gerações.

Ele é um zé-ninguém, é visto como um “falhado” em termos sociais.
Ele é bullied na escola. E gosta da rapariga popular.
No final, a rapariga popular gosta dele.

Ao longo de grande parte do filme, ele tem que aprender a controlar os seus poderes.
O problema dos poderes, é que eles não aparecem assim. Não há ninguém que seja mordido por um animal, que passe a ter os poderes desse animal.
Nem sequer a evolução acontece dessa forma.
O que me parece sim, é que os “poderes” são figurados: são as mudanças próprias no corpo e nos comportamentos que vivemos nos anos da adolescência.

O mais curioso é que a mudança biológica não o afeta a nível mental.
No entanto, a evolução tecnológica que levou ao Green Goblin já afeta a pessoa a nível mental (faz com que a pessoa fique má).
Isto leva-me a pensar que pode ser uma crítica velada ao avanço tecnológico.

Como super-herói, ele faz como o Super-Homem: esconde a sua identidade e os seus poderes.
Eu entendo a razão que ele dá para isso (para se proteger a si próprio e aos seus).
No entanto, não me parece credível que um humano fizesse isso.

Durante o filme, algumas pessoas mostram-se reticentes e até estão contra o Homem-Aranha.
Como sempre, os Humanos têm medo do que é diferente e que não compreendem.

No final, em luta com o Green Goblin, ele tem uma escolha a fazer: salva a sua amada ou salva as crianças. Ele decide salvar todos.
Para mim, é a pior cena do filme.
Devia morrer a namorada ou deviam morrer as crianças, ou deviam morrer todos. Isso sim, seria mais realista.
Além disso, pareceu-me que os efeitos especiais nesta cena ficaram a anos-luz do que poderiam ter sido.

Já a melhor cena de todo o filme, a cena de que todos se lembram, é o beijo que ele dá à Mary Jane, quando está pendurado de cima para baixo.

O filme tem várias mensagens.

Por exemplo, o tio dele diz-lhe: With great power comes great responsibility – Com grande poder vem grande responsabilidade.

E ele percebe que as suas ações têm consequências. Até pelo que aconteceu ao tio.

O Green Goblin diz: Nós somos quem escolhemos ser.
Uns escolhem ser bons e outros escolhem ser maus.

Para mim, uma das melhores frases do filme é dita pela tia: tu não és o super-homem. 😀

No final do filme, percebe-se que irá haver uma sequela, em que Harry tenta vingar-se pelo Spider-Man ter matado o seu pai.
No entanto, o Homem-Aranha não o matou. Aliás, ele nunca mata ninguém, o que mais uma vez é irrealista e o torna demasiado “limpo”.

Isto é até contraditório, porque o sucesso destas personagens está precisamente no facto dos super-herois terem problemas pessoais: não são ideais, mas são humanos (com todos os defeitos que isso traz).

Também no final do filme percebe-se que ser super-heroi é ser solitário.
Como diz Peter Parker, é simultaneamente um dom e uma maldição.

A seguir veio o segundo filme da trilogia: Spider-Man 2.

Tal como o primeiro filme, gostei bastante desta sequela.
As imagens e os efeitos especiais são fantásticos. Visualmente, o filme é excelente.

O que gostei mais neste filme é do novo vilão: Dr. Octopus – Polvo.

O que gostei menos foi da personagem da Mary Jane: passa muito tempo aos gritos, e não se defende por ela.

Também não gostei do final, em que o mau muda de atitude. Não é realista.

Cientificamente falando, neste filme temos mais uma vez uma experiência científica que dá errado. Essa experiência é feita por um cientista louco. Infelizmente, é assim que a ciência e os cientistas são retratados no cinema/comics.

Tal como o Super-Homem, o Homem-Aranha esconde a sua identidade, sendo uma pessoa comum com um trabalho normal de entregador de pizas e foto-jornalista (como o Super-Homem).

A melhor frase é da tia May quando diz que existe um herói em todos nós.

No final do filme, percebe-se que vai haver um terceiro filme e fica-se a saber sobre o que é: Harry vai vingar-se do Peter Parker.

O final da trilogia foi surpreendente, já que não é só sobre a vingança de Harry sobre Peter Parker.

Homem-Aranha 3 é, mais uma vez, visualmente muito bom.

O filme começa com Peter Parker com uma vida equilibrada: entre vida pessoal (com Mary Jane) e deveres de super-herói.

No entanto, perto deles cai um meteorito que traz um ser extraterrestre.
Esta é uma excelente menção à panspermia.

O simbionte apanha Peter Parker e influencia o seu comportamento, para pior.

No filme fica a saber-se que foi Flint Marko quem matou o tio de Peter.
Mas Flint Marko não é uma má pessoa: ele rouba dinheiro para pagar os tratamentos da filha doente.
Flint entra num acelerador de partículas e transforma-se no Sandman – o Homem de Areia.
Mais uma vez, é dada extrema relevância a uma experiência científica que provoca péssimas consequências nos Humanos. Mais uma vez, a mensagem parece ser: cuidado com as experiências da ciência.

Harry ataca Peter Parker. Parker vence, e Harry fica com amnésia.
Quando Harry volta a lembrar-se, vinga-se de Peter, ficando com Mary Jane, que acabou com Parker por ele ter negligenciado a relação.

Após ter feito várias ações eticamente reprováveis, ou no mínimo dúbias, Parker tira o fato do simbionte.
Brock – o fotógrafo concorrente dele no jornal – fica com o alienígena e transforma-se em Venom.

O filme é bom, mas confuso.
Torna-se um filme complexo, porque há histórias e vilões a mais: Green Goblin Junior, Sandman, Venom, Spider-Man negro.

No final do filme, contra todas as probabilidades, o Spider-Man ganha.
Como sempre, isto não é nada realista.

A grande mensagem do filme é dita por Peter Parker no final: são as opções que fazem de nós o que somos.
Esta é uma mensagem que se aplica aos três filmes.

Como sempre, gostei bastante dos cameos de Stan Lee.
No último filme, Lee dá a mensagem de otimismo que está presente em todos os seus super-heróis: One Person can make a difference – Uma pessoa pode fazer a diferença.

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