Potenciais tratamentos e vacinas

Todos os dias ouvimos notícias otimistas em relação ao desenvolvimento de vacinas e de tratamentos para o novo coronavirus.

Sobre vacinas, em cada dia fala-se de um laboratório diferente que está a desenvolver uma nova vacina.
Ainda hoje se falou de um pequeno adesivo que foi colocado em ratinhos de laboratório e que criaram anticorpos em duas semanas (ficaram imunes ao vírus).

Ontem falou-se nas notícias de testes com Ivermectina, utilizado para o tratamento de piolhos, e para casos de dengue, VIH, gripe, e vírus Zika.
Pelos vistos, os testes mostram que o fármaco consegue matar o vírus em 2 dias: “Descobrimos que uma dose pode reduzir significativamente o vírus em apenas 24 horas, e eliminar todo o ARN viral ao fim de 48 horas”.

Mas é preciso muito cuidado com estas notícias.
Seja sobre este tratamento (que só tem evidências “in vitro”) ou outro qualquer que vão ouvindo.

O que se passa aqui é que estamos a ver o processo da ciência.
Existem várias hipóteses em cima da mesa. Os cientistas vão investigar a fundo diversos potenciais tratamentos. Irão existir milhares de experiências. E ao fim de alguns meses poderemos ter alguns resultados.
Ou seja, só teremos conclusões seguras daqui a alguns meses. Depois disso, ainda é preciso produzir o fármaco (caso exista) e distribuí-lo. O que demora ainda mais tempo.

No caso de uma potencial vacina, ainda demorará mais tempo: nunca antes de 1 ano.

A ciência não é magia. É preciso muito trabalho para produzir resultados aceitáveis por toda a gente (na comunidade científica).
E a ciência não é pseudociência. A vigarice pseudocientífica vende sempre remédios milagrosos, criados rapidamente, que não têm efeito nenhum. Para ser ciência, tem que ter efeitos extremamente positivos, e para isso é preciso tempo.

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