Sol e o Homem

O Sol e o Homem (Sun and Man) é um documentário muito interessante que pode ser visto na RTP, aqui.

Pensei que tivesse mais história e mais mitos associados ao Sol, dados pelas várias sociedades humanas, mas mesmo assim foi um documentário bastante interessante.

Recomendo que o vejam.

“O nosso planeta, o ar que respiramos, a nossa morfologia, a cor da nossa pele, a nossa relação com o tempo, o nascimento das nossas religiões, o desenvolvimento das nossas ciências – tudo isto e aquilo que somos foi moldado pelo Sol ao longo de milhões de anos.
Este documentário conta-nos a história da relação do Homem com o Sol.”

“Desde sempre tememos, adorámos e medimos o Sol ao mesmo tempo que, incessantemente, o tentamos entender e controlar.
Hoje, os progressos da ciência e da tecnologia tornam o nosso Sol mais familiar e o seu poder mais extraordinário do que nunca.
Astrofísicos, microbiólogos, climatólogos, antropólogos, historiadores, arqueólogos, peritos em energia, cada um deles dará o seu contributo a esta história fascinante.
Uma viagem que nos revelará descobertas espantosas, nas encruzilhadas das várias áreas de investigação que procuram entender o elo tão especial que nos liga ao Sol.”

Na introdução do documentário, vemos o Eclipse Solar Total de 2017, visto ao vivo por milhões de pessoas – o que mostra o interesse das pessoas por astronomia e pelo Sol em especial.

O documentário começa pelo Big Bang.
Vemos a formação e a morte de algumas estrelas.
Posteriormente, temos o nascimento do Sol. O documentário explica a formação do Sol, juntamente com a formação do sistema planetário ao redor do Sol.

A seguir, vemos a formação da vida na Terra, que dependeu da luz e do calor do Sol como fonte de energia.
(Será? E se a vida começou no fundo dos oceanos, nas chaminés negras? Se foi assim, então dependeu sobretudo da gravitação exercida pelo Sol)

No início, existiram bactérias que realizam a fotossintese – dependendo assim do Sol.
As cianobactérias colocaram oxigénio na atmosfera.
No novo ambiente, evoluíram formas de vida aeróbicas.
Ou seja, o documentário mostra um pouco da evolução da vida na Terra.
Seguidamente, existiu a evolução da vida em ambiente terrestre (sem ser na água).

Posteriormente, o documentário mostra um pouco da evolução biológica da Humanidade, e como ela está ligada ao Sol.
Por exemplo, o suor foi desenvolvido para nos proteger do Sol escaldante das savanas africanas (para nos refrescarmos).
Perdemos o pêlo corporal devido ao tremendo aquecimento do Sol.
A melanina desenvolveu-se para nos proteger da radiação do Sol. A cor da pele tornou-se mais escura. Quando alguns povos migraram para mais a norte, para climas mais frios, ficaram com a cor mais clara.
A nossa forma física do corpo, a morfologia do nariz e o tipo de cabelo (liso ou frisado) também são influenciados por sermos de climas mais quentes ou mais frios – dependendo do Sol.

A última era glaciar, há 21 mil anos, permitiu ao Homem colonizar todo o planeta, porque havia passagem (de gelo) para a Austrália e para a América do Norte.

Depois, existiu uma evolução cultural da Humanidade dependente do Sol.
Começou com a astronomia ancestral.
O homem pré-histórico observava o Sol, venerava/adorava o Sol. Temos provas disso, nos alinhamentos megalíticos.
As primeiras civilizações já tinham mitos associados ao Sol (e à Lua). O Sol era um deus, que era a fonte da vida: o Deus-Sol. Estes deuses são poderosos e imortais, que emitem uma luz muito forte e voltam sempre no dia seguinte (não morrem).
O Sol estava no céu, por cima de nós, a dominar a Humanidade. Ou seja, tem uma natureza divina.
O Antigo Egito é o exemplo perfeito da divinização do Sol. O deus do Sol, Ra, é o criador do Universo. Os egípcios sabiam que sem Sol não haveria vida nem luz.

Por outro lado, começamos a medir o tempo com base no Sol.
Passamos a dominar o tempo, contando os dias e os anos.
Os anteriores calendários lunares foram gradualmente sendo substituídos por calendários solares.
Há quase 5000 anos, os primeiros calendários egípcios já se baseavam no Sol: o ano já tinha 12 meses e os dias tinham 24 horas.
Estes calendários estavam em sintonia com a parte prática: agricultura. As pessoas precisavam saber quando semear, quando fazer as colheitas, etc. Também servia para o Faraó saber quando cobrar os impostos (quando receber parte dos cereais/colheitas).

Dos calendários antigos, a civilização Maia tinha um calendário bastante perfeito. Os Maias construíram excelentes observatórios e fizeram cálculos complexos para entenderem os ciclos celestes.
Outros fizeram o mesmo: mesopotâmios, gregos, chineses, árabes muçulmanos, etc.

No século 16, Copérnico provocou uma revolução científica, cultural e religiosa, ao colocar o Sol (em vez da Terra) no centro do Universo conhecido da altura.
Depois, Kepler provocou mais uma revolução, ao mostrar que as órbitas não são circulares mas sim em elipse.
Mais uma revolução na observação das estrelas veio com o telescópio (com Galileu).
Em 1610, Thomas Harriot descobriu/observou as manchas solares.

A colisão entre as crenças religiosas e o conhecimento científico foi intensificando-se.
A ligação simbólica entre o poder do Sol e os poderes dos reis continuou.

A investigação científica fomentada pela observação do Sol, levou ao progresso científico e ao financiamento desse progresso. As inovações multiplicaram-se. As academias de ciência nasceram.

Ainda hoje, os astrónomos observam o Sol, que se encontra a 150 milhões de quilómetros de distância. As descobertas continuam.
Agora, até existem sondas espaciais a observar o Sol detalhadamente.
Temos cada vez mais informação/conhecimento sobre a nossa estrela e o seu funcionamento.

É importante estudarmos isto, porque a atividade solar tem um impacto direto na Terra.

Seguidamente, o documentário dá-nos uma lição sobre o Sol, sobre as características do Sol.
Os efeitos da Ejeção de Massa Coronal (CMEs) sobre a Terra são explicados.
E, claro, vemos belíssimas auroras boreais.

Por fim, é discutida a parte económica e ambiental.
Ainda não conseguimos rentabilizar eficientemente a energia solar, como fazem as plantas com a fotossíntese, de modo a termos energia mais ecológica, renovável e ilimitada.
Mas já temos várias tecnologias a energia solar: isto deve-se à exploração espacial (solar), sobretudo dos satélites. A tecnologia solar foi primeiramente desenvolvida para as sondas e satélites, com paineis solares – células fotovoltaicas.

A conclusão diz-nos:
O Sol acompanha o Homem desde os primórdios.
O Sol é um dos nossos aliados. Temos de viver em harmonia com a nossa estrela.

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