Negacionistas criminosos

Crédito: Edição da Noite, SIC Notícias

Adorei o programa Edição da Noite, ontem na SIC Notícias, sobre o negacionismo em Portugal.
Recomendo que vejam o programa. Podem ver aqui, uma pequena amostra.

Gostei das intervenções do advogado Paulo Sá e Cunha.
Gostei bastante das opiniões do juiz Manuel Soares, presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses.
Adorei as posições do médico intensivista Gustavo Carona.

Gustavo Carona disse:

“Todas as pessoas que sejam responsáveis por contaminar a boa informação, pela saúde de todos, na minha opinião, devem ser chamadas pelo nome de criminosas.”

“A ciência discute-se dentro dela própria.
Tudo o que é do espetro político – confinamento, máscaras na rua – acho que é passível de discussão, mas a ciência tem de ser discutida dentro dela própria, não é na opinião pública.”

“As discussões negacionistas são uma degradação do saber médico.”

“Os negacionistas são anti-vacinas, anti-máscaras, anti-confinamento, anti-tudo o que seja a compreensão da pandemia.

“Estas pessoas são um perigo para a saúde pública”.

“Na Alemanha, concluiu-se que 40 mil pessoas já foram salvas, por terem sido vacinadas.
Seriam mais 40 mil mortos, se não ouvíssemos os cientistas e seguíssemos as crenças dos negacionistas.
O que os negacionistas defendem, é um crime: é a morte de milhares de pessoas.”

“Nós não podemos permitir que a liberdade de expressão seja utilizada para cometer crimes.
Não há liberdade de expressão para defender a violência doméstica, para defender a pedofilia, para defender o racismo, etc.
Não há liberdade de expressão para defender coisas que atentam contra o bem comum.

“Todas as pessoas que estejam a colocar em perigo a saúde pública têm de ser chamadas à lei, têm de ser processadas.
Isto é um crime contra todos nós”.

“As atitudes, opiniões, ideologias negacionistas tiram a vida de pessoas.”

“Quando temos a solução (a vacina) para voltarmos a ter uma vida normal, a comer em restaurantes, a beber em bares, a assistir concertos, etc, porque há pessoas que recusam essa solução?
Porque esses negacionistas querem continuar com os negócios fechados? Porque querem que as pessoas continuem a morrer à porta de hospitais cheios?”

“Discutir se a vacinação é obrigatória. Discutir sobre se devemos ter um certificado de vacinação para entrar em certos locais. Etc…
São discussões de mundo de ricos.
São discussões para pessoas mimadas.

“A maior parte das pessoas negacionistas estão a ser instrumentalizadas por” (…) radicais conspiracionistas.

“Estas pessoas estão a espalhar notícias falsas no que diz respeito à ciência, e estão a pôr em perigo a vida das pessoas.
Há dezenas de milhares de pessoas que já morreram devido a esta desinformação.
Isto não é liberdade de expressão. É desinformação.”

As pessoas têm de ser responsabilizadas pelo que dizem no espaço público, seja na rua, na televisão ou na internet.”

A comunicação social não pode ter comentadores tudólogos” (que comentam tudo, sem saberem especificamente de nada).

“Tem de haver uma filtragem daquilo que é informação de qualidade (aquilo que é útil para as pessoas), e separar aquilo que é pernicioso (aquilo que põe em causa a saúde pública).”

“É preciso saber separar o que é matéria de facto do que é matéria de opinião.

“As pessoas que compreendem as vacinas têm décadas de estudo e trabalho nessas áreas de investigação médica.”

“Comprometer o que de melhor a Humanidade nos deu (as vacinas)”, dando voz a negacionistas que nada entendem de ciência ou medicina, é um retrocesso civilizacional, é uma auto-agressão enquanto sociedade.

“É um desafio à credibilidade da ciência, à credibilidade das pessoas que trabalharam toda a sua vida em ciência, à credibilidade dos cientistas que passaram a vida a trabalhar para o bem comum.”

Deve-se confiar nos especialistas.
“No que diz respeito à ciência, deve-se confiar na comunidade científica, nos cientistas”.

Ele também escreveu sobre as opiniões de negacionistas convidados pelas televisões:

“São opiniões, dizem alguns…
São opiniões que matam pessoas, devemos nós permiti-las?
Eu acho que não, da mesma forma que não permito uma opinião sobre a legitimidade de se bater numa mulher, ou sobre a promoção do racismo, ou sobre a liberdade da orientação sexual de cada um.”


Pessoalmente, concordo com tudo!

1 comentário

    • Jonathan Malavolta on 15/09/2021 at 02:25
    • Responder

    Está faltando um corajoso desse tipo aqui no Brasil.

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