“Quando estás no Pólo Sul geográfico, estás no local onde todas as linhas longitudinais convergem. Assim, estás sobre os 24 fusos horários (time zones).
Podes sair do presente, e com um passo, ires para ontem ou para amanhã.
É o único local do mundo onde consegues viajar no tempo.”
É uma imagem gira e um sentimento interessante.
Mas está errado.
Em primeiro lugar, todos os dias, a todos os segundos, em qualquer local do mundo, estamos a viajar no tempo. Estamos a viajar para o futuro à incrível velocidade de 1 segundo por segundo.
Em segundo lugar, os fusos horários são simples convenções humanas. Não existem no tecido do tempo.
Os fusos horários são simples formas da pessoa ver o nascer-do-sol, por exemplo, mais ou menos à mesma hora em diferentes partes do mundo.
A China, que só tem um fuso horário em toda a sua largura, tem cidades com o Sol a nascer às 5 da manhã, e no mesmo dia, o Sol nasce noutra cidade às 8 da manhã.
No Pólo Sul não existe essa diferença.
No Pólo Sul geográfico não existe necessidade de diferenciar diferentes fusos horários no mesmo local.
Por isso, não se aplica os diferentes fusos horários.
No entanto, por exemplo, na Austrália, existe essa diferença.
Existem locais de fronteira entre 3 fusos horários.
Mas ao darmos o passo para o lado, não estamos a viajar no tempo. Estamos somente a entrar noutro fuso horário, de acordo com as convenções humanas.
Da mesma forma que quando viajo de Portugal para os EUA, não estou a viajar no tempo para o passado.
Simplesmente entro noutro fuso horário.
Mas o tempo “não pára”. Não foi o tempo nos EUA que voltou “para trás”. O tempo continuou igual em todo o lado.
Simplesmente foi uma convenção humana que mudou de números.
Se a convenção por todo o mundo fosse como na China (todo o mundo com o mesmo horário), então de forma absoluta, o tempo continuaria a correr normalmente, e eu chegaria aos EUA com um horário 8 horas mais tarde do que o horário que deixei em Portugal.
Só não é assim, devido à convenção humana dos fusos horários.
É uma convenção humana e não uma viagem no tempo, da forma que nos é definida pela física.
3 comentários
Curioso no Pólo Sul é que só se consegue olhar para Norte. Podemos dar voltas e voltas sobre nós mesmos, e continuamos a ver Norte (a menos que se olhe para cima, claro…)
Aqui no Brasil nós temos 4 fusos horários distintos, sendo que o maior deles (horário de Brasília) engloba meu estado (São Paulo). Já vivi situações de estar em uma cidade (Porto Feliz) às 5:30 da manhã, madrugada, bem escuro ainda, e no litoral (São Vicente, outra parte do mesmo estado que não dava nem meia hora de viagem), o dia já estava completamente claro. No mar ou próximo dele, sempre amanhece primeiro, com vários minutos de antecedência (dependendo do dia, até quase uma hora antes).
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Note que os fusos horários são aproximações. E, lá está, são convenções humanas. Por isso, vai dar erro algumas vezes 🙂
Portugal tem o mesmo fuso horário de Inglaterra.
Mas a Galiza, em Espanha, que está na mesma longitude (acima de Portugal), tem um fuso horário de mais 1 hora.
Ou seja, quem está no Porto, por exemplo, vê o Sol nascer às 6 da manhã. Mas às 6 da manhã em Vigo (na Galiza) ainda está escuro. Porque apesar de estarem na mesma longitude, em Vigo como o fuso horário é de 1 hora a mais, então quando são 6 da manhã no Porto, são 7 da manhã em Vigo, hora do nascer do Sol simultâneo para ambos.
Quanto ao amanhecer primeiro, antes de ver o Sol é um fenómeno conhecido por Twilight.
https://en.wikipedia.org/wiki/Twilight
Fui ver como se dizia em português: Crepúsculo 😉
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crep%C3%BAsculo
abraço!