Em meados do século 19, na cidade costeira de Eden, na Austrália, onde muitos homens eram caçadores de baleias, um homem bastante bêbado viu a carcaça de uma baleia. Como estava bêbado, entrou dentro da carcaça. Os seus amigos, horrorizados, foram tentar salvá-lo, retirando-o de lá. Mas ele era bastante teimoso (bêbado), e eles começaram a ficar com náuseas devido ao calor e ao cheiro que vinha de dentro da baleia. Por isso, tiveram que deixar o amigo bêbado lá dentro. Após ter dormido dentro da baleia durante algumas horas, ele saiu cá para fora já sóbrio (e com ressaca).
O homem era conhecido por se queixar de ter dores nas articulações. Quando saiu de dentro da baleia, nos minutos seguintes disse que estava sem dores.
Ora, as pessoas que o ouviram, assumiram que estar dentro de uma carcaça de uma baleia, cura o reumatismo.
E assim nasceu mais uma pseudociência.
Uns anos mais tarde, a 7 de Março de 1896, o jornal britânico Pall Mall Gazette publicou esta história sob o título: “Uma nova cura para o reumatismo.”
E assim se expandiu internacionalmente esta pseudociência.
Durante o século 19 e parte do século 20, muitas pessoas ficavam cerca de 30 horas dentro da carcaça apodrecida de uma baleia, porque acreditavam (crença!) que isso lhes retirava as dores nas articulações.
Obviamente, este bizarro “tratamento” era treta.
Simplesmente, as dores eram substituídas por outras, após as pessoas passarem 30 horas sentadas num ambiente claustrofóbico, paradas, sob uma temperatura bastante elevada e com um cheiro insuportável.
Aliás, para perceberem as condições dentro da baleia, leiam esta citação de um paciente na altura:
“The whale had been dead about forty hours, and had started to decompose, and the whole time we were sitting and standing there great blasts of gas and horrible bubbles would gush out around us and make our hair stand on end”.
“A baleia estava morta há 40 horas. Estava em decomposição. Durante o tempo em que estávamos lá sentados, parados, grandes explosões de gás e bolhas horríveis jorravam à nossa volta, deixando os nossos cabelos em pé.”
Supostamente, diziam os homens baleeiros, eram estes gases com odores atrozes que traziam a cura…
Claramente, era um “tratamento” apetecível… (ironia)
Fontes: Australian National Maritime Museum, BBC, Sydney Morning Herald, Smithsonian Magazine, Wired, Sydney Bulletin.
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