Na altura em que o Telescópio Espacial James Webb tirou uma selfie ao seu espelho constituído por 18 segmentos hexagonais, ele estava também a observar uma estrela.
O primeiro alvo do Telescópio Espacial James Webb foi a estrela HD 84406, que se encontra na direção da constelação da Ursa Maior, a 258 anos-luz de distância da Terra.
Segundo a equipa responsável pelo Telescópio: “Esta estrela foi escolhida porque é facilmente identificável e está isolada (não está próxima de outras estrelas brilhantes), o que ajuda a reduzir a confusão/ruído de fundo”.
O que se vê na imagem são 18 pontos de luz estelar.
São 18 reflexos da mesma estrela: HD 84406.
Cada ponto de luz individual mede a forma como cada um dos 18 segmentos hexagonais viu a estrela.
Como os espelhos (segmentos) individuais ainda não estão alinhados, então ainda não mostram uma única imagem da estrela. Para já, funcionam como 18 telescópios diferentes.
Após estarem todos alinhados, então teremos um ponto de luz único: todos os segmentos trabalharão no mesmo sentido, de modo a criarem a imagem de uma única estrela.
“O Webb foi direcionado para 156 posições diferentes em torno da localização prevista da estrela. O mosaico de 18 pontos é o resultado da captura de 1.560 imagens ao longo de 25 horas feita pelo Webb (…). Os 18 pontos são apenas o centro de um mosaico gigante com mais de 2 bilhões de pixels. (…) Só para isto, foram gerados 54 gigabytes de dados brutos.”
O facto de os 18 pontos não estarem muito longe uns dos outros, e tão próximos da região central do enorme mosaico, mostra que os segmentos não estão demasiado desalinhados.
No entanto, ainda é necessário que estejam perfeitamente alinhados, claro.
Esta imagem vai ajudar a alinhar pormenorizadamente cada um dos segmentos.
O Telescópio James Webb está a 1,5 milhões de quilómetros de distância da Terra (4 vezes mais distante que a Lua), no ponto de Lagrange L2, orbitando o Sol. Ao estar alinhado com a Terra, enquanto orbita o Sol, faz com que esteja “escondido” do Sol, não recebendo a luz nem o calor solar.
Como o Telescópio vai analisar o Universo antigo/longínquo em luz infravermelha (calor), precisa estar protegido do calor de outras fontes que não são o seu alvo.
Além disso, o próprio telescópio precisa estar frio (protegido de fontes de calor internas). Os equipamentos do Webb precisam ser mantidos a uma temperatura muito fria: -223ºC.
Por isso é que os instrumentos do telescópio precisam esfriar durante os próximos meses.
Só após estar tudo na temperatura ideal, é que as imagens se tornarão mais claras e detalhadas.
Nos próximos meses, todos estes instrumentos irão arrefecer e os segmentos do espelho irão ser alinhados com exatidão.
Espera-se que em Junho, o Telescópio comece a operar com normalidade.
Podem ler mais sobre isto, no blog da NASA, aqui.
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