Vida na Ucrânia

A Rússia invadiu a Ucrânia. O objetivo é ficar com mais um pequenino pedaço de terra.
Ou, como diria Carl Sagan, na sua mensagem sobre o nosso Ponto Azul-Claro:

“Pense nas infinitas crueldades infligidas pelos habitantes de um canto desse pixel, nos quase imperceptíveis habitantes de algum outro canto… como são frequentes os seus desentendimentos, como eles estão sedentos de se matar uns aos outros, como fervilham os seus ódios.
Pense nos rios de sangue derramados por todos esses generais e imperadores para que, em glória e triunfo, eles pudessem ser os chefes momentâneos de uma fracção de um ponto.”

Sobre humanos matarem outros humanos, não faltam análises na comunicação social.

Já eu, refleti sobre outro “pormenor”: a arrogância humana de assumir que determinada “terra” é sua, podendo dispôr dela como quiser, inclusivé bombardeá-la.
Os Humanos andam cá pelo planeta há cerca de 300 mil anos. Muita outra vida está no planeta há muito mais tempo. Os crocodilos, por exemplo, até poderiam afirmar-se como donos do planeta. Mas os humanos são somente turistas (apareceram recentemente, e quiçá vão-se embora após “verem as vistas”).

As guerras são crimes contra a Humanidade. Mas não só. São um crime contra toda a vida existente nessas terras.
Os animais sencientes que existem na Ucrânia, certamente que não foram os causadores das bombas/disparos, mas muito provavelmente muitos deles vão morrer e muitos mais vão andar assustados, sem perceberem o que se passa.

Sempre que o meu cão ouve fogo-de-artifício, fica a tremer cheio de medo. Grande parte dos cães têm o mesmo comportamento.
Imaginem o que estarão a sentir neste momento os animais sencientes na Ucrânia (porque ouvem bombas/disparos, porque sentem as pessoas muito nervosas e com medo, porque são obrigados a deixar os seus hábitos/casas, etc).
E sublinho, eles não têm qualquer culpa das parvoíces arrogantes dos Humanos.

A guerra não é só sobre outros humanos.
Quando se declara a guerra, declara-se guerra a todos os seres vivos nessa zona.

Crédito: Sergei Supinsky / AFP / Getty Images

5 comentários

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  1. “A guerra é um lugar onde jovens
    que não se conhecem e não se odeiam,
    matam-se entre si por decisão de velhos
    que se conhecem e se odeiam,
    mas não se matam.”

    Subscrevo inteiramente
    (desconheço o autor)

    1. Pois 🙁

      A chamada “carne para canhão” 🙁

      https://twitter.com/assim_asim/status/1496811030483288069

    2. Com propriedade, frase atribuída àquele que participou da maior das guerras: o piloto alemão Erich Hartmann.

      Entretanto, no xadrez geopolítico-militar-globalista, não existem mocinhos tampouco bandidos. O mundo é o que é.

      E, lamentavelmente, pessoas inocentes ainda continuam a morrer.

      Signor Armando Graça,

      Os meus cumprimentos.

    • Jonathan Malavolta on 24/02/2022 at 23:27
    • Responder

    Aqui em casa, tenho duas cadelas que já se pelam de medo de chuva (devido aos trovões), imagina quando o assunto são explosivos (fogos de artifício e disparos de armas de fogo são bons exemplos): só falta literalmente morrerem (de medo).

    Observação: Apareceu um filhote de gato por aqui, cerca de 3 meses de vida (no máximo, 3,5). Imagino o tanto que ele deve sofrer com fogos de artifício, já que observo seu coração disparado só de vir ao meu colo, tamanha a emoção.

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