Dmitry Rogozin, diretor da agência espacial russa Roscosmos, ameaçou que a Rússia poderá não conseguir impedir a Estação Espacial Internacional de cair na Terra.
Numa série de mensagens no Twitter, Rogozin argumentou que, devido às sanções económicas impostas pelos países da NATO e da União Europeia à Rússia, o programa espacial russo ficará com menos dinheiro.
Na Estação Espacial Internacional (ISS), os EUA são responsáveis pelo setor elétrico e por sistemas de suporte à operação, enquanto a Rússia é responsável pelo sistema de propulsão que a mantém em órbita estável. Como é óbvio, tudo o que está em órbita vai muito gradualmente “caindo” na sua órbita em direção à Terra. Assim, os Russos usam, periodicamente, os propulsores nos seus módulos e nas naves Progress para manterem a ISS na sua órbita.
Rogozin ameaçou que a Rússia irá deixar de ter dinheiro para usar esses propulsores, e por isso a ISS irá naturalmente cair na sua órbita.
Nas palavras de Rogozin: “Se vocês bloquearem a cooperação connosco, quem salvará a ISS de cair de forma descontrolável sobre os EUA ou Europa?”
Num tweet seguinte, Rogozin disse que a Rússia não teria qualquer risco, porque a ISS não passa sobre a Rússia.
Assim, Rogozin ameaçou deixar cair a estrutura de 500 toneladas (ISS) quando esta estiver a passar sobre os EUA, sobre a Índia ou sobre a China (complemento que a ISS também está a passar sobre o Brasil).
Felizmente, os EUA estão a desenvolver capacidade de propulsão na ISS, com a nave Cygnus, que recentemente chegou à ISS. Mesmo assim, ainda é insuficiente.
Por fim, lembro que enquanto a NASA tem contrato na ISS até 2030, a Rússia não se compromete com a ISS para lá de 2024.
Se o conflito bélico na Terra continuar nos extremos, nos próximos meses/anos é provável que a Rússia abandone a ISS e se junte à China na estação espacial chinesa Tiangong.
Atualização: já hoje, sábado de manhã, Rogozin anunciou no Twitter, a suspensão da cooperação da Roscosmos com os parceiros Europeus. Assim, a Rússia retirou todos os seus trabalhadores da Guiana Francesa, e não organizará lançamentos espaciais para os europeus a partir do centro espacial de Kourou.
Fontes: Space.com, Daily Mail, CNN, Euronews.
2 comentários
Não teria como alguém dos Estados Unidos ou da Europa crackear (quebrar o código através de rastreio)) o sinal dos propulsores russos, para assim diminuir os riscos dessa colisão?
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Sinceramente, não sou especialista nisso: da potencialidade de hacking desses setores.
Mas parece-me que a ameaça é mais fogo de vista…. pelo menos, não acredito que a Rússia o fizesse.
Acho que é só uma forma de pressão…