Esta imagem tem andado a ser fortemente partilhada nas redes sociais.
Supostamente, mostra 48 imagens do Sol. O texto diz que foi tirada uma foto do Sol por semana, durante 1 ano, no mesmo local à mesma hora. A foto do Sol no ponto mais alto é o Solstício de Verão, enquanto a foto do Sol no ponto mais baixo do céu é o Solstício de Inverno.
Como o ano tem 52 semanas, então estas imagens mostram o Sol no seu trajeto durante 1 ano.
A imagem resultante do trajeto do Sol no céu é o símbolo de infinito.
A imagem resultante do trajeto aparente do Sol no nosso céu, parecida com um 8 esticado, na verdade chama-se Analema. Podem ler sobre isto, aqui.
Este movimento aparente do Sol no nosso céu, deve-se à inclinação do eixo da Terra e à órbita da Terra ao redor do Sol ter uma forma elíptica.
Se o eixo da Terra não fosse inclinado e se a órbita da Terra fosse perfeitamente circular, então se olhássemos para o céu sempre do mesmo local e sempre à mesma hora, o Sol estaria sempre no mesmo local.
Os Analemas têm diferentes formas, se forem vistos de locais/latitudes diferentes na Terra.
Os Analemas têm diferentes formas, se forem criados em horas diferentes do dia.
A única coisa errada no texto a acompanhar este analema, é que diz que o analema foi feito com 48 imagens, quando na verdade só tem 46 fotografias do Sol.
Já a imagem em si, também é um “erro”: na verdade, é uma combinação de imagens. As imagens do analema (as fotografias do Sol) foram originalmente feitas com o céu, sem mais nada. Depois, essas imagens do analema foram colocadas sobre a Catedral de Burgos, em Espanha, para lhe dar um aspeto mais dramático.
Estas imagens de analemas estão constantemente a ser partilhadas.
Nós próprios, já partilhamos analemas na Turquia (aqui), Hungria (aqui), e até na Antártica (aqui).
Podem ainda ver outros analemas, aqui.
Fonte: Snopes.
4 comentários
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Rapaz, acho que isso também pode servir como refutação ao terraplanismo. Ou me enganei?
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O terraplanismo, para mim, é uma crença.
Não há qualquer evidência racional que consiga derrubar crenças.
Acho que mesmo que os terraplanistas estivessem “acima” da Terra, vissem a Terra com um globo, e viajassem à volta do planeta, mesmo assim, diriam que é plana. Não interessa os factos, infelizmente.
Antes da Covid-19, o Brasil vivia uma pandemia de teorias da conspiração, pseudo-ciências e crendices populares infundadas. Inclusive estávamos experimentando por aqui um fascínio (pelos jornais) por entrevistar os propagadores dessas ideias mirabolantes (desconexas com a realidade, diga-se de passagem), o que fez com que muitos nerds registrassem em blogs e canais do YouTube vídeos-react a tais coberturas midiáticas. Felizmente, a pandemia de Covid-19 arrefeceu os ânimos dos jornalistas quanto a entrevistar esses propagadores de ideias tolas (apesar de tantas centenas de milhares de mortos).
E aí em Portugal, como andava essa situação?
Author
Portugal é um país muito mais pequeno, o que o torna muito mais homogéneo. Existiram negacionistas, mas não muitos. As pessoas aderiram em massa às vacinas, por exemplo.
Países como os EUA, Índia, etc, sofreram do mesmo que o Brasil: países enormes, em que as desigualdades sociais (incluindo culturais, de conhecimento) são enormes, e por isso é “mais fácil” convencer pessoas a seguir certas ideias, mesmo que essas ideias não tenham qualquer sustentabilidade racional 🙁
abraço!