A comunicadora de ciência Katie McKissick é a autora dos maravilhosos cartoons sob o pseudónimo: Beatrice, the Biologist.
Neste cartoon, é feita uma reflexão sobre a relatividade dos nossos comportamentos sobre os animais:
A humana fica toda contente por ter movido a aranha, tirando-a de sua casa, sem a matar. A aranha está agora lá fora, no jardim, no meio da natureza.
Na perspetiva humana, isto foi uma boa ação.
Da sua perspetiva, a humana sente-se muito orgulhosa por estar conectada com a natureza e o Universo.
Já a aranha pensa: o que raio aconteceu?
Da perspetiva da aranha, ela estava perfeitamente descansada no seu habitat (no espaço que ela já conhecia bem e onde tinha feito teias para apanhar presas). Mas algo aconteceu e subitamente a aranha viu-se, confusa, num espaço totalmente desconhecido.
Na perspetiva da aranha, isto foi uma ação que não a favoreceu.
Curiosamente, tive outra reflexão sobre este cartoon: se a aranha soubesse o que são buracos de minhoca, provavelmente pensaria que teria entrado num, que a tinha levado de um local para outro quase instantaneamente.
Neste caso, o “buraco de minhoca” chama-se Humano.
Ou seja, os Humanos conseguem transportar quase instantaneamente seres vivos pelo Universo, em distâncias que esses seres vivos considerariam impossíveis (tendo em conta que são muito mais pequenos).
Se brincarmos com as escalas, poderemos pensar em sermos nós, humanos, as “aranhas”, “formigas” ou “bactérias” de seres fantásticos. Esses seres poderão nos mover livremente pelo Universo (e quiçá pelo tempo), naquilo que interpretaremos como buracos de minhoca ou teleportação.
O problema disto é que seres que veriam o espaço dessa forma, também dominariam o tempo. E nesse caso, o nosso tempo na Terra poderá ser somente 1 segundo insignificante para eles. Assim, seríamos, mais uma vez, insignificantes/irrelevantes para seres tão evoluídos (da nossa perspetiva).
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