Andam a ser partilhados nas redes sociais alguns memes com a impressionante evolução que sofreu o nosso conhecimento sobre Plutão ao longo dos anos.
Até 1930, ninguém sabia que existia esta pedra nos confins do sistema solar. A olho nú não é possível observá-lo, e está tão longe que até ao século XX nunca ninguém tinha dado por Plutão.
Em 1930, visto através de telescópios no solo terrestre, Plutão não era mais que um pequeno ponto de luz insignificante num mar de outros pontos.
Em 1978, Caronte foi descoberta. Afinal, o pontinho Plutão tinha uma companheira. Vista através de telescópios terrestres, Caronte revelou-se normal.
Em 1994, com o Telescópio Espacial Hubble, Plutão revelou-se um ponto difuso.
E nesse mesmo ano, com o mesmo telescópio, foi possível fotografar dois objetos difusos em conjunto (Plutão e Caronte).
Em 2005/2006, outras luas foram observadas no sistema de Plutão, pelo Telescópio Espacial Hubble. Sim, Plutão passou a ser um “sistema”, em que um conjunto de luas seguia o senhor Plutão.
O mesmo Telescópio foi observando de tempos a tempos este sistema surpreendente.
Em 2010 (e não 2013), foram combinadas várias imagens de Plutão feitas pelo Telescópio Espacial Hubble, e foi criada uma imagem do que seria a superfície de Plutão.
A imagem, feita através de programas de computador, parecia mostrar uma superfície lisa, já que era assim que Plutão era visto, a partir de muito longe.
Em 2015, a sonda New Horizons passou pelo sistema de Plutão e, de repente, todo um novo mundo se abriu para nós.
Sabe-se hoje que Plutão:
– tem pelo menos 5 luas no seu mini-sistema.
– é provavelmente um sistema binário (com Caronte).
– tem uma fina camada de atmosfera composta por nitrogénio/azoto, metano e monóxido de carbono, que vêm da superfície.
– tem na sua superfície a “Sputnik Planitia” que tem a forma de coração, que contém dunas de areia (em que a areia é feita de gelo sólido de metano): esta superfície de gelo de metano poderá permitir o divertimento de esquiadores astronautas.
– o outro hemisfério de Plutão tem mais gelo de nitrogénio/azoto e de monóxido de carbono.
– muito provavelmente tem criovulcões – vulcões de gelo – na sua superfície.
– e provavelmente tem um oceano interior: um oceano de água no estado líquido sob a sua superfície.
Assim, desde 1930, nada mudou em Plutão.
Mas para nós, mudou imenso! Em menos de 100 anos, o nosso conhecimento sobre este objeto nos confins do sistema solar alterou-se vertiginosamente.
O pontinho difuso e irrelevante que se encontra muito longe, revelou-se surpreendente: com uma dinâmica inimaginável.
Sabe-se hoje que o sistema de Plutão é muito mais complexo do que se previa.
Plutão tem uma espantosa diversidade de pontos de interesse, quer na sua superfície, quer sob a sua superfície, quer na sua vizinhança.
Plutão tornou-se, nas palavras de Spock, fascinante!
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