Sagan sobre livros

Na famosa série Cosmos, Carl Sagan tem esta citação absolutamente maravilhosa sobre livros:

O livro é uma coisa espantosa!
É um objeto plano feito de uma árvore, com partes flexíveis, nas quais estão impressos muitos rabiscos escuros engraçados.
Ao lermos um livro, entramos na mente de outra pessoa – que até pode ser alguém que já morreu há milhares de anos.
Durante milhares de anos, o autor de um livro fala claramente e silenciosamente dentro da sua cabeça, diretamente para si, através de um livro.
Escrever é talvez a maior das invenções humanas, unindo pessoas que nunca se conheceram, que podem ser cidadãos de épocas distantes. Os livros quebram as algemas do tempo.
Um livro é a prova de que os humanos são capazes de fazer magia.”


(podem colocar as legendas em português)

Lembro que no livro “Um Mundo Infestado de Demónios“, no capítulo 21, Carl Sagan escreveu:

“Durante 99% do tempo de existência dos Humanos no planeta Terra, ninguém sabia ler nem escrever.
A grande invenção ainda não tinha sido feita.
Exceto no que toca à experiência em primeira mão, quase tudo o que sabíamos era transmitido oralmente.
Tal como no jogo infantil do “telefone”, ao longo de centenas de gerações a informação era lentamente distorcida e perdida.

Os livros mudaram tudo isto!

Estes objetos são baratos de se comprar e permitem-nos:
– interrogar o passado com grande eficácia;
– obter respostas com grande exatidão;
– utilizar a sabedoria da nossa espécie;
– compreender o ponto de vista dos outros: de todos, e não só daqueles que estão no poder;
– absorver o conhecimento das maiores mentes;
– partilhar o conhecimento obtido pelos melhores professores, que estudaram a natureza;
– receber o conhecimento extraído de todo o planeta e de toda a História.

Os livros permitem que pessoas que já morreram há muito tempo, continuem a comunicar dentro da nossa cabeça.
Os livros podem acompanhar-nos para todo o lado.
Os livros são pacientes, sobretudo quando somos mais lentos para entender certas ideias: eles deixam-nos rever/reler as partes mais difíceis as vezes que quisermos.
Os livros nunca criticam as nossas falhas.

Os livros são a chave para compreendermos o mundo, e são essenciais para participarmos numa sociedade democrática.”

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