Rajada em Rádio, com um padrão de batimento cardíaco

Temos escrito várias vezes sobre Fast Radio Bursts (FRBs) – Explosões Rápidas em Rádio (no comprimento de onda de rádio). Leiam aqui.
A maior parte dos FRBs conhecidos surgem repentinamente de uma qualquer região do céu, duram milissegundos e desaparecem. Cerca de 10% dos FRBs conhecidos têm padrões repetitivos.

Um dos nossos últimos artigos foi sobre o FRB 121102, que emite de forma repetida múltiplos pulsos de ondas de rádio.
A sua fonte encontra-se numa pequena galáxia que se encontra a uns extraordinários 3 mil milhões de anos-luz de distância.

A origem dos FRBs serão provavelmente magnetars: estrelas de neutrões em rotação (pulsares) com campos magnéticos extremos.

Crédito: Chime, MIT

Ontem foi publicado um artigo científico na Nature, que descreve um FRB “lento” que tem um padrão similar ao “bater de um coração” (dos Humanos) – foi assim descrito pela comunicação social internacional: heartbeat.

O sinal, chamado FRB 20191221A, durou cerca de 3 segundos, o que é 1000 vezes mais lento/longo do que o normal.
Apesar de não se ter repetido desde a sua descoberta, os picos sucessivos do sinal, semelhante a um “bater de coração”, estão separados por cada 0,216 segundos.

Este é o sinal FRB mais longo, com o padrão periódico mais nítido, conhecido até hoje.

Este sinal é muito semelhante às emissões de um pulsar que emite em ondas rádio ou de uma magnetar com campos magnéticos muito poderosos e extremos.
Existem evidências de que o sinal vem da magnestosfera da estrela de neutrões e não de regiões mais afastadas da estrela.
No entanto, a fonte exata deste sinal é incerta. Ainda não se consegue detalhar com precisão.
Os astrónomos estimam que a galáxia donde o sinal vem, encontra-se a cerca de mil milhões de anos-luz de distância. No entanto, mesmo isto, não é totalmente certo.

Este sinal é de origem natural.
No entanto, a notícia sobre ele fez-me lembrar um outro sinal… menos natural… de um filme muito conhecido 😉

Fontes: artigo científico, artigo científico, MIT news, CNN.

9 comentários

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  1. Está esclarecido.
    Imagino que como escreves para um publico-alvo em ambos os lados do Atlântico, mais cedo ou mais tarde surge esta confusão com bilhão, bilião, milhares de milhões e milhões de milhões.

    1. 😀

      Nem foi confusão…
      Foi mesmo não conseguir perceber como se dizia 1 só billion.

      Mais acima, eu coloquei corretamente: “3 mil milhões de anos-luz de distância.”

      Mas 1 só billion, não estava a conseguir entender como diria em português… por isso é que escrevi, apaguei, escrevi, apaguei… percebia que alguma coisa estava mal, mas não entendia o quê exatamente… enfim…

      Ando um bocado cansado mentalmente, e depois dá nisto!

      É que nem no comentário do João Abreu percebi…

      Enfim… pura burrice minha 😀

  2. “milhão de milhões de anos-luz”? Isto está certo, Carlos? Abraço

    1. Em Português?
      Sinceramente não sei se está totalmente correto…

      No Brasil diz-se Bilhão.
      Nos EUA, diz-se Billion.

    2. João,

      Após ler o comentário do Rui Costa, é que percebi!

      Pois, está mal! Obviamente. Que burrice minha.

      Billion é mil milhões!

      Eu comentei à bocado a pensar que o problema era tradução em português, porque quando escrevi milhão de milhões, soou-me mal.
      Na altura, apaguei, e coloquei Bilhão (no Brasil).
      Mas como umas linhas antes tinha colocado as distâncias em português, decidi manter a coerência.

      Mas sim, obviamente, é Mil Milhões.
      Foi pura estupidez minha! 😉

      Obrigado pela correção!

        • João Abreu on 15/07/2022 at 16:17

        Estou mais descansado, pensei que estava doido. Obrigado Carlos 🙂

      1. Não 🙂

        Neste caso, eu é que estava! 😀

  3. Olá Carlos,

    “Os astrónomos estimam que a galáxia donde o sinal vem, encontra-se a cerca de um milhão de milhões de anos-luz de distância.”

    Tendo decorrido ~13,8 mil milhões de anos desde o Big Bang, e algumas centenas de milhões de anos até surgirem as primeiras galáxias, a luz da galáxia mais distante terá levado no máximo cerca de 13,5 mil milhões de anos a chegar até nós…
    Mesmo considerando a expansão do tecido do espaço-tempo, um milhão de milhões de anos parece pouco plausível. Foi uma gralha e querias dizer mil milhões de anos?

    Abraço.

    1. Olá Rui,

      Publiquei o teu comentário com a correção.

      Sim, tens razão!!!!

      Billion é Mil Milhões! Enganei-me!!

      Vou corrigir. Obrigado por corrigires! 😉

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