Onda de calor em 1944 foi igual à de 2022 em Portugal?

Portugal registou temperaturas bastante elevadas em Julho de 2022.

Nas redes sociais, andou-se a dizer que a vaga de calor era normal, já que existiu uma vaga de calor semelhante em Portugal em Julho de 1944. Assim, a crítica era a de que a comunicação social atual estava a ser alarmista.

Crédito: Polígrafo SIC

É verdade que o dia 31 de Julho de 1944 foi extremamente quente, com temperaturas elevadíssimas.
Mas não existiu uma onda de calor, já que nos dias anteriores e seguintes (a 31 de Julho), tiveram temperaturas muito mais baixas.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), uma onda de calor, por definição, ocorre quando em pelo menos 6 dias consecutivos existem temperaturas 5ºC acima do valor médio diário.
Em 1944 não existiu essa onda de calor, já que a temperatura elevadíssima foi registada em um só dia.

Assim, é falso ter existido em 1944 uma onda de calor semelhante à de 2022.

Podem ver/ouvir a explicação mais detalhada no segmento do Polígrafo SIC, aqui.


Como complemento, o IPMA informa que têm existido ondas de calor desde que existem registos fidedignos. No entanto, “é a partir da década de 1990 que se verifica a maior frequência deste fenómeno”.
O IPMA também informa que em termos de intensidade, duração e extensão espacial, é já neste século que existiram as maiores vagas de calor em Portugal: “agosto de 2003 (29 julho a 15 de agosto), junho de 2005 (dias 30 maio a 11 de junho; e dias 15 a 23), julho de 2006 (dias 6 a 18), julho de 2013 (dias 3 a 13), junho de 2015 (dias 1 a 11), junho de 2017 (dias 7 a 24), agosto de 2018 (dias 1 a 6), julho de 2020 (dias 4 a 13; dias 9 a 18), agosto de 2021 (dias 10 a 17) e junho de 2022 (dias 6 a 17).”

O climatologista Carlos da Câmara confirmou estes dados: “os estudos têm mostrado que as ondas de calor que têm vindo a afetar a Europa nos últimos anos têm vindo sucessivamente a ser mais intensas, mais duradouras e mais extensas”.”

Leiam todo o artigo no Polígrafo, aqui.

Podem também ler no Observador, aqui.

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