Dióxido de Carbono e Temperatura

A temperatura do planeta tem vindo a aumentar.
Os gases de efeito-estufa são considerados os culpados.

Os principais gases de efeito-estufa na Terra são: vapor de água (H2O), dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e ozono (O3).

O vapor de água é responsável pela maior percentagem do efeito de estufa, como já tínhamos dito aqui.
Seguidamente, é o dióxido de carbono.
Posteriormente, é o metano.

Assim, o vapor de água também contribui para o aumento da temperatura global.
E este aumento também se deve, em parte, aos humanos: por exemplo, a irrigação em grande escala na agricultura aumenta o vapor de água na atmosfera. No entanto, esta atividade humana parece afetar as concentrações de vapor de água somente em escalas locais.
O grande problema parece ser o vapor de água amplificar os efeitos dos outros gases de efeito de estufa.

De qualquer modo, fala-se mais dos outros gases, porque o aumento desses gases na atmosfera global tem sido rápido e acentuado.

Crédito: National Oceanic and Atmospheric Administration, via wikipedia.

O metano é 80 vezes mais poderoso que o dióxido de carbono no aquecimento global.
No entanto, é muito menos abundante (1900 partes por bilião) e fica muito menos tempo na atmosfera que o dióxido de carbono.

Assim, o Dióxido de Carbono é considerado o gás mais importante.

Desde a Revolução Industrial, tem existido um aumento dramático da concentração deste gás na atmosfera.

Ao contrário do ciclo solar, o aumento de dióxido de carbono na atmosfera coincide exatamente com o aumento na temperatura global terrestre.
O consenso científico atual (baseado em dados) mostra que é a temperatura que segue o aumento do dióxido de carbono.
No entanto, noutras eras, existem dados a mostrar que o dióxido de carbono aumentou após o aumento de temperatura, como já explicamos aqui.
Assim, a causa e o efeito parecem diferentes, quando analisamos períodos distintos.

Crédito: U.S. National Climate Assessment, via Climate Central

As mudanças naturais (desde as idades do gelo aos períodos muito quentes) normalmente devem-se a variações na órbita da Terra (que levam milhares de anos), a variações na energia emitida pelo Sol (que não tem mudado substancialmente nos últimos séculos), a atividade de super-vulcões (o que leva à diminuição da temperatura terrestre, e também não tem acontecido substancialmente), etc.

Estas mudanças naturais não explicam o aumento, em poucas décadas, da temperatura global.

Créditos: NASA, GISS, NOAA, ESRL, via Climate Central, CBS 6 Albany weather.

Os núcleos de gelo (ice cores), em particular, mostram que os níveis de dióxido de carbono permaneceram estáveis durante pelo menos os últimos 800 mil anos – entre 170 e 300 partes por milhão.
Os núcleos de gelo também nos dizem que as mudanças nos níveis de dióxido de carbono são graduais: demoram centenas de milhares ou milhões de anos para que existam diferenças substanciais.
No entanto, os núcleos de gelo também nos mostram que, mais ou menos desde 1750 – Revolução Industrial – o nível de dióxido de carbono subiu desde 280 até 400 partes por milhão. Outra medição foi feita à atmosfera no Observatório Mauna Loa (no topo do Hawaii), a 26 de Abril de 2022, e registou 422 partes por milhão: o que é recorde desde que existem medições nesse local.

Esta subida coincide com o aumento das emissões humanas de dióxido de carbono, como se vê no gráfico acima.
Assim, esta é uma das evidências principais para que o dióxido de carbono seja o elemento principal no aumento de temperatura.

Crédito: Ed Hawkins, wikipedia, CBS 6 Albany weather.

Apesar de existirem ciclos naturais de alterações climáticas (existem ciclos de centenas, milhares e até milhões de anos), a rápida mudança que vemos atualmente excede enormemente os ciclos naturais analisados historicamente.
Por exemplo, os crocodilos já habitaram o que é atualmente o Ártico: quando este era mais quente. Mas essa mudança para o que vemos atualmente levou milhões de anos.
Nós sabemos que civilizações antigas sofreram com ondas de calor, secas e inundações (e até tsunamis). Sabemos isto porque algumas dessas civilizações deixaram escritos sobre isso, mas também porque os cientistas atuais analisam gelo profundo, anéis de árvore, formações cavernosas, corais, fundos de lagos, sedimentos oceânicos, e outros registos naturais.

Os cientistas do National Oceanic and Atmospheric Administration fizeram medições que permitiram concluir que desde há mais de 3 milhões de anos que a temperatura global terrestre não era tão alta: há 3,6 milhões de anos, a temperatura global era 4ºC mais quente e o nível do mar era cerca de 23 metros mais alto.
Estas variações levaram centenas de milhares de anos a concretizar-se.

Os mesmos cientistas percebem que as rápidas mudanças atuais não são naturais: são devido à influência humana.

O dióxido de carbono que é expelido para a atmosfera vem sobretudo da produção de energia/eletricidade, da indústria (fábricas), da agricultura, dos transportes, e, finalmente, das habitações.

Fontes: Climate Columbia School, CBS 6 Albany weather.

Crédito: IPCC, Climate Central, via CBS 6 Albany weather

3 comentários

    1. Muito Bom!!! 😀

  1. Obviamente, os Humanos fazem parte da natureza. Sendo assim, pode se considerar que as mudanças provocadas pelo Homem também são naturais, porque é de algo existente na natureza.

    No entanto, neste post, por causas naturais (tais como os produtos) entende-se aquelas que não sofreram modificação pelo Homem: aquelas que aconteceriam, mesmo que o Homem não existisse.

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