RIP Drake

Crédito: SETI

Frank Drake faleceu na sua casa, na Califórnia, no passado dia 2 de Setembro, aos 92 anos.

Frank Drake é conhecido por ser um dos pais da rádio-astronomia: ele utilizou a rádio-astronomia para procurar por sinais de civilizações extraterrestres.

Ele pertenceu à Ordem do Golfinho, que tinha como membros Frank Drake, Carl Sagan, John Lilly, Dana Atchley, Melvin Calvin, Philip Morrison, Su-Shu Huang, J.P.T. Pearman, Barney Oliver e Otto Struve.
Estes foram os pioneiros da procura científica por civilizações extraterrestres.

A primeira conferência desta Ordem teve como resultado a simbólica Equação de Drake.
Apesar de atualmente estar desatualizada – servindo sobretudo como organizadora de aulas -, Frank Drake é bastante conhecido devido a esta equação da sua autoria, que estima o número de civilizações extraterrestres que conseguem comunicar pela Galáxia.

Drake, Sagan e outros, criaram e transmitiram a primeira mensagem intencional para o vazio espacial, em 1974: a Mensagem de Arecibo.
Drake, Sagan e outros também estiveram envolvidos nas placas que foram enviadas nas sondas Pioneer 10 e 11 e no disco que foi enviado nas sondas Voyager 1 e 2, na esperança que sejam detectadas por extraterrestres.

Frank Drake é um dos grandes ícones da procura por vida extraterrestre inteligente.

Frank Drake, numa fotografia feita por Seth Shostak.

Uma curiosidade é que ele pensava que as civilizações extraterrestres avançadas, que viajam entre estrelas, já teriam se desenvolvido ao ponto dos indivíduos serem imortais.
Se existirem muitas civilizações avançadas, então a imortalidade pode ser uma característica normal pelo Universo.

Assim, se encontrássemos esses seres extraterrestres, quiçá eles poderiam nos ajudar nessa missão de imortalidade: poderiam nos dar conhecimento e tecnologia, de modo a eliminarmos o processo de envelhecimento nos Humanos.
Ou, dependendo da forma como evoluíram, podiam ajudar-nos a transferir a nossa essência (o nosso cérebro) para corpos mais jovens ou clones.

Podem ler o artigo dele, de 1980, sobre como seria encontrar uma civilização de imortais, aqui.
O título é: “A Speculation on the Influence of Biological Immortality on SETI”.

Crédito: NRAO / NSF / AUI

Por fim, deixo uma perspetiva mais pessoal.

Em termos pessoais, vi-o e falei com ele algumas vezes em conferências científicas, sobretudo no SETI.
Sempre se mostrou muito simpático.
Notava-se calma a falar e paixão pela área da astrobiologia. E, obviamente, sabia muito de rádio-astronomia.

Nunca mais me esqueci da primeira vez que falei com ele, no longínquo ano de 2008. Tive uma reunião com ele sobre astrobiologia, que eu pensava que ia ser de 15 minutos. No entanto, nos primeiros 2 ou 3 minutos, ele perguntou-me donde eu era, ao que respondi que era de Portugal… depois disso, estive com ele mais de meia-hora, só a falar de Portugal. Ou melhor, ele esteve a falar sobre Portugal, sobre como tinha adorado o país, contou-me as aventuras dele em Portugal, etc, etc, etc. Ele falou sobre Portugal com uma paixão que parecia que estava a falar de astrobiologia. Adorei a nossa conversa, apesar de eu não ter conseguido aprender nada sobre astrobiologia dessa vez. A astrobiologia ficou para mais tarde…

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