Nobel da Medicina 2022

Crédito: Niklas Elmehed / Nobel Prize.

O prémio Nobel da Medicina e Fisiologia de 2022 foi atribuído a Svante Pääbo pelas “descobertas no genoma de hominídeos extintos e na evolução humana”.

Svante Pääbo foi responsável pela sequenciação do genoma do Neandertal e pela descoberta de um hominídeo anteriormente desconhecido (Denisovano).

Este cientista descobriu que houve uma transferência de genes em cerca de 2% dos extintos Neandertais para o atual Homo sapiens.

Como diz o Comité Nobel:

“A humanidade tem-se intrigado pelas suas origens. De onde é que viemos? Como estamos ligados aos que viveram antes de nós? O que faz de nós, Homo sapiens, diferentes de outros hominíneos?”

“É importante realçar que Pääbo descobriu que a transferência de genes ocorreu desses hominídeos agora extintos para o Homo sapiens após a migração para fora da África há cerca de 70 mil anos. Esse antigo fluxo de genes para os humanos atuais tem relevância fisiológica hoje em dia. Exemplos: é a versão Denisovana do gene EPAS1 que confere uma vantagem para a sobrevivência em grandes altitudes e é comum entre os Tibetanos atuais; são os genes Neandertais que afetam a nossa resposta imunitária a diferentes tipos de infeções”.

“As descobertas de Svante Pääbo geraram uma nova compreensão da nossa história evolutiva”.

Svante Pääbo afirmou:

“Isto muda a nossa percepção sobre nós próprios.
Há cerca de 1400 gerações, existiam outras formas de humanos e eles estavam misturados com os nossos antepassados (até existiram humanos com mãe neandertal e pai denisovano, além do Homo sapiens também ter tido relações sexuais e descendentes com os Neandertais), contribuindo para quem somos hoje.
Os últimos 40 mil anos são únicos na história humana, já que somos a única forma de humanos. Até essa altura, houve quase sempre outros tipos de humanos.”

Uma curiosidade: Svante Pääbo tem a alcunha de “monstro sagrado do ADN antigo”.

Outra curiosidade: o pai de Svante Pääbo, chamado Sune Bergström, também recebeu o prémio Nobel da Medicina, em 1982.

Fontes: Nobel Prize, SIC Notícias, Público, Observador.

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