Infelizmente, ainda sofremos bastante daquilo a que chamo geocentrismo psicológico: avaliamos tudo sempre sob o nosso ponto de vista.
Tudo é avaliado (incluindo os outros seres) sempre sob uma perspetiva humana.
Quando vamos de carro e um mosquito morre contra o vidro da frente do carro, pensamos imediatamente que a “culpa” foi do mosquito, que veio contra o carro. Nós não nos responsabilizamos pelo sucedido.
Na verdade, foi a velocidade do carro que foi contra ele. A culpa é nossa: foi o movimento do nosso carro, e sobretudo a sua velocidade, que levou ao “atropelamento” do mosquito.
Não pensamos no mosquito como um ser autónomo.
A verdade é que o mosquito e demais insectos evoluíram durante milhões de anos sem terem carros ao redor.
Desde que existem carros rápidos, eles ainda não tiveram tempo para se adaptarem a máquinas virem a esta velocidade na sua direção. Por isso é que não têm tempo de reação para fugirem. E morrem, escarrapachados no vidro da frente dos carros (sobretudo nas auto-estradas, onde os carros viajam a velocidades maiores).
Curiosamente, nos últimos anos têm existido menos mortes contabilizadas pelos vidros dos carros (e percecionadas pelos seus condutores).
Isto não se deve a medidas de prevenção da morte de insectos, mas sim a um declínio acentuado do número de insectos existente no planeta. Este declínio global deve-se à atividade humana.
Chama-se a isto: o Fenómeno do Pára-Brisas.
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