Morte por Nitrogénio

Kenneth Eugene Smith, de 58 anos, ficará na história como o primeiro prisioneiro morto depois de inalar o gás nitrogénio/azoto após lhe ser colocada uma máscara. Ele inalou bastante nitrogénio, ficando sem oxigénio.
“O método de execução por azoto consiste na colocação de uma máscara sobre o rosto do condenado à pena capital, seguida do bombeamento de nitrogénio em estado gasoso, que priva o prisioneiro de oxigénio, levando à sua morte.”

Crédito: Alabama Department of Corrections; via wikipedia.

No dia 25 de Janeiro de 2024, o estado do Alabama, no sul dos EUA, executou essa sentença fatal.

Smith, assassinou uma mulher, Elizabeth Sennett, “por encomenda” do marido, em 1988.
O marido, Charles Sennett Sr., tinha uma relação com uma amante que não queria que a mulher descobrisse, e tinha contraído inúmeras dívidas, daí que precisava do dinheiro do seguro da mulher. Assim, contratou dois assassinos por meros 1000 dólares. O cúmplice de Smith, John Forrest Parker, já tinha sido executado em 2010 através de uma injeção letal.
Charles Sennett Sr. era um pastor/reverendo/padre na Westside Church of Christ. Quando a investigação policial percebeu que tinha sido ele o mandante, Charles Sennett suicidou-se.

Em 1996, Kenneth Eugene Smith foi condenado à morte.
Em Novembro de 2022, o estado do Alabama tentou executar a sentença de morte com as normais injeções intravenosas letais. Mas a injeção letal não funcionou.
Atualmente, a recusa das empresas farmacêuticas em fornecerem os medicamentos que depois são utilizados para estas sentenças de morte, dificulta a aplicação do método da injeção letal.
Assim, o estado do Alabama optou agora por um método alternativo.

A execução durou, no total, menos de 30 minutos.
Depois de ser preso à cama e lhe ser colocada a máscara, o nitrogénio começou a ser bombeado.
O prisioneiro tentou resistir, prendendo a respiração o máximo que pôde.
Após respirar o azoto/nitrogénio, Smith tremeu bastante, ficando sôfrego, até ficar inconsciente. Minutos depois, morreu.

Este método de asfixia pelo azoto/nitrogénio, denominado hipóxia nitrogenada, nunca tinha sido testado antes.
Por isso, sofreu inúmeras críticas, como por exemplo poder ser bastante doloroso e configurar tortura. No entanto, os advogados do estado do Alabama alegaram que este método é indolor.

Além da hipóxia nitrogenada e da injeção letal, outros métodos ainda são autorizados nalguns estados dos EUA, como a eletrocussão, a câmara de gás, o pelotão de fuzilamento, e o enforcamento.


Pode-se, e deve-se, discutir a aplicação da pena de morte.
Obviamente, existem fatores morais e humanos a considerar.

Infelizmente, esta é a parte negativa da aplicação da ciência.
Neste caso, aplicam-se conhecimentos científicos para a pena de morte.


Pessoalmente, sempre que leio notícias sobre penas de morte nos EUA, lembro-me do episódio The Strongbox, da série Seinfeld.
No episódio 14 da nona temporada, Elaine defende que a última refeição do condenado deveria ser em função do método da execução. Por exemplo, a eletrocussão na cadeira elétrica deveria ser antecedida por uma refeição quente e apimentada, como comida tailandesa, coreana ou mexicana. A injeção letal deveria ser precedida por massa, ou seja, comida italiana.
Neste caso de Kenneth Eugene Smith, ele pediu e comeu: bife, batatas fritas e ovo.

Fontes: wikipedia, Público, Observador, Sábado, Globo, Globo, Globo, CNN Brasil, Correio Braziliense, Times Now.

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