Seinfeld é uma série de comédia que ficou incrivelmente famosa na década de 1990.
O episódio 23 da 6ª temporada intitula-se The Face Painter e foca-se em jogos de hóquei no gelo.
O namorado de Elaine é fã da equipa de hóquei no gelo New Jersey Devils.
Como é normal, vestiu-se a rigor, e até pintou a cara com as cores da sua equipa e como se fosse um diabo (devil).
Isto é absolutamente normal nos EUA.
Um padre de El Salvador visita Nova Iorque pela primeira vez, e vê este fã com a cara pintada de diabo. Ele pensa que é o verdadeiro diabo.
O padre fica absolutamente em pânico, ao ponto de nunca mais querer sair da residência onde pernoitou.
Entretanto, Elaine visita o padre, para lhe explicar que o que o padre tinha visto era só o seu namorado com a cara pintada.
Elaine foi visitar o padre vestida de branco. E quando entrou, o Sol que estava a passar pela janela, iluminou-a.
Ora, isto levou o padre a pensar que ela era a Virgem Maria, que o estava a “visitar” para o levar para o céu.
Os episódios de Seinfeld são, obviamente, muito culturais, de coisas que se passam ou poderiam passar no dia-a-dia em Nova Iorque.
O que a mim me surpreende é como em pleno século XXI (ou final do século XX), numa sociedade altamente científica, ainda existem pessoas que acreditam no “diabo”, e que esse “diabo” tenha figura humana.
O diabo é simplesmente uma figura simbólica, que representa muitos defeitos humanos.
Pensar nele como uma figura humana é novamente… demasiado geocentrismo psicológico: continuamos a assumir que os outros – mesmo seres mitológicos – têm que ser como nós, porque supostamente somos o que de mais importante existe no Universo…
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