Uma equipa de astrónomos conseguiu determinar o tipo e a data aproximada da explosão que deu origem ao remanescente de supernova SNR 0509-67.5, na Grande Nuvem de Magalhães. Fizeram-no, pasme-se, observando luz proveniente da explosão!
A luz libertada durante a explosão da estrela partiu em todas as direcções, no espaço. Os fotões que viajaram na nossa direcção, sabe-se agora, passaram pela Terra há cerca de 400 anos. Por outras palavras, há 400 anos atrás apareceu uma supernova brilhante na Grande Nuvem de Magalhães da qual não temos registos uma vez que provavelmente sucedeu mesmo na altura em que os marinheiros se começavam a aventurar por mares austrais.
No entanto, alguma da luz que partiu noutras direcções teve uma vida mais difícil, viajando centenas de anos numa direcção para depois ver a sua trajectória alterada por nuvens de gás interestelares. Por sorte, alguma dessa luz foi deflectida na direcção da Terra, passando por nós com um atraso de algumas centenas de anos relativamente à primeira vaga de fotões provenientes da explosão.
Analisando fotografias, tiradas ao longo de vários anos, das nuvens de gás da Grande Nuvem de Magalhães foi possível detectar o eco de luz de algumas supernovas. As nuvens de gás aumentam momentaneamente de luminosidade pois reflectem parcialmente a luz proveniente da explosão que as atravessa. Nas fotografias, estas variações de luminosidade são visíveis como padrões circulares, centrados em remanescentes de supernova conhecidos. Uma vez que a luz do eco é reflectida pelas nuvens de gás, a análise do espectro da luz proveniente das ditas nuvens ao longo dos anos, à medida que a luz da explosão atravessa a nuvem, permite distinguir que partes do espectro observado são devidas à luz da explosão e portanto, determinar o tipo de supernova em causa.
A supernova que deu origem ao remanescente SNR 0509-67.5 foi de tipo Ia, ou seja, tratou-se da explosão termonuclear de uma anã branca, que provavelmente faria parte de um sistema binário.
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