Poluição para detectar ETs

Quer saber onde estão os alienígenas?

Procure pelos rastros de poluição deixados pelos ETs.

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Há uma civilização inteligente vivendo neste planeta!

Os ALIENS também poluem seus planetas? Esperamos que sim, pois isso nos dará uma excelente maneira de saber onde eles vivem.

A busca dos sinais de rádio (programa SETI)

A busca pelos sinais de rádio extraterrestres (como a realizada há décadas pelo programa SETI por radiotelescópio), vindos de outros sistemas estelares pode ter um curto ciclo de vida, se as atividades humanas servirem como guia. Durante a maior parte do século XX nossas antenas de transmissão de sinais de TV despejaram sua energia no espaço. Mas recentemente, com as novas tecnologias, elas começaram a ser suplantadas pelos satélites que miram suas transmissões na direção da superfície terrestre, além dos sinais transmitidos diretamente por cabo. Assim, os alienígenas curiosos que tentarem procurar por sinais de vida inteligente aqui na Terra em breve não vão encontrar absolutamente nada e eles desistirão de nós se persistirem em usar a técnica de captar transmissões de rádio.

Poluição Luminosa (PL)

Seres inteligentes vivem aqui...

Oops, seres inteligentes vivem aqui…

A poluição luminosa [PL] das cidades até poderia denunciar nossa presença. “Observada através de distâncias interestelares, poderia [a PL] revelar ao observador a presença de tecnologia”, conforme afirmou o time de astrônomos liderados por Jean Schneider do Paris Observatório de Paris em Meudon, França. Neste artigo de Astrobiologia, os cientistas sugerem a procura de brilho similar em planetas alienígenas.

Procurar pela PL extraterrestre não seria nada fácil. Mesmo se toda a eletricidade global gerada aqui na Terra fosse desviada para produzir apenas luz, ainda assim, esta luz artificial seria milhares de vezes mais tênue que o brilho da luz solar refletido pela própria superfície da Terra. Para detectar com segurança o equivalente a esta massiva quantidade de luz artificial em um exoplaneta orbitando uma estrela bem próxima (até 15 anos-luz de distância), seria necessário uma rede de telescópios com uma área total combinada de coleta de luz de cerca de 1,5 quilômetros quadrados, segundo os cálculos da equipe de Jean Schneider. Isto é inviável tecnicamente, com nossa tecnologia atual.

Cloro-Fluor-Carbono (CFC)

Contudo não devemos desanimar, afinal, nossa própria presença aqui na Terra tem deixado outros traços que poderiam ser observados do espaço. Por exemplo, os componentes químicos conhecidos como ‘CFC’ absorvem fortemente a radiação infravermelha em certos comprimentos de onda específicos. Tal assinatura os torna detectáveis na atmosfera mesmo quando presentes em concentrações residuais de ‘partes por trilhão’. Os gases CFC não são formados pela natureza, assim, detectá-los em outro mundo extraterrestre significaria uma excepcional evidência da presença da tecnologia alienígena.

“O CFC é uma idéia interessante na busca por outras civilizações avançadas”, concorda Lisa Kaltenegger da Universidade de Harvard. Mas, para conseguir sucesso nesta busca um telescópio muito sensível teria que ser utilizado para coletar a assinatura característica produzida pelos gases CFC. Seriam telescópios mais sensíveis até mesmo que os equipamentos projetados para as futuras missões TPF (Terrestrial Planet Finder da NASA) e Darwin da ESA, dois dos programas mais ambiciosos de busca pela vida extraterrestre até agora planejados. Kaltenegger disse que talvez seja factível “no futuro remoto termos uma frota-estelar de telescópios infravermelhos”.

Rede de telescópios do programa TPF (Terrestrial Planet Finder) da NASA

Rede de telescópios do programa TPF (Terrestrial Planet Finder) da NASA

Sabemos, contudo que não há, é claro, garantias que as civilizações alienígenas estarão espalhando gases CFC na atmosfera de seus planetas. O dano que os gases CFC causaram na camada de ozônio terrestre em algumas décadas levaram a decisão global de banir sua produção e eles irão vagarosamente desaparecer da nossa atmosfera no future. “Será que todas as civilizações inteligentes e tecnológicas cometem os mesmo erros?” indaga Kaltenegger.

Assim, procurar por CFCs poderia ser uma maneira de tentar encontrar outras civilizações extraterrestres se, de fato, os alienígenas estiverem fazendo os mesmo erros que nós já cometemos.

Vamos buscar pela assinatura de outros poluentes químicos?

Não devemos desanimar uma vez que outros componentes artificiais, incluindo os substitutos menos nocivos dos CFCs, também apresentam assinaturas características no infravermelho, afirmou Jim Kasting da Universidade Estadual da Pensilvânia:

Há uma família de componentes que fabricamos industrialmente tais como os solventes, os agentes de limpeza e até refrigerantes – estes produtos certamente possuem linhas de absorção características. Se você possuir um telescópio potente o suficiente, você poderá detectá-los.

Presença de O2 (oxigênio livre)

Antes de sairmos procurando por gases poluentes artificias exóticos, devemos primeiro saber se o exoplaneta possui alguma forma de vida. Uma das maneiras mais fortes é sabermos se há presença de oxigênio livre (O2) na atmosfera do exoplaneta. Quais são as razões para procedermos assim?

O oxigênio livre (O2) é bastante instável: coloque um pouco de O2 na atmosfera de um planeta aleatório e em pouco tempo este terá desaparecido, reagindo quimicamente e combinando-se com outras moléculas para fazer dióxido de carbono e óxidos ou algo similar. A única razão pela qual temos uma grande quantidade de O2 em nosso ar (mais de 20% da atmosfera da Terra é composta por O2) é devido a presença da vida sob a forma de plantas. As plantas, via fotossíntese fabricam o O2 tão rápido quanto os animais e as reações químicas o consomem, mantendo o equilíbrio.

De fato, buscar oxigênio livre é uma das formas consistentes que os cientistas possuem para buscar vida nos planetas extra-solares, que orbitam outros sistemas estelares. A detecção de vida extraterrestre é sobretudo uma técnica incrivelmente difícil, mas não impossível e no futuro, através do desenvolvimento de uma tecnologia melhor, poderá ajudar-nos a buscar os desvios e quedas nos gráficos do espectro que nos digam se há indícios de alienígenas respirando ali. Foi isso que fez a sonda LCROSS, olhou volta para cá a partir de sua órbita em torno da Lua e detectou vida na Terra, em agosto de 2009.

Fonte

New Scientist: To spot an alien, follow the pollution trail por David Shiga

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