A estrela Epsilon da constelação do Índio (Indus) é uma vizinha do nosso sistema solar, a apenas 12 anos-luz de distância, e que, descobriu-se recentemente, é na verdade um sistema com, pelo menos, três componentes.
A Epsilon Ind A, a estrela visível no céu terrestre, é uma anã de tipo espectral K4.5, portanto menos maciça, menos luminosa e mais fria que o nosso Sol.
Em 2003 foi descoberta uma companheira, Epsilon Ind B, que é uma anã castanha e que orbita a componente A a uma distância de 1500 unidades astronómicas.
Pouco depois, verificou-se que a componente B era na verdade um sistema binário formado por duas anãs castanhas, re-designadas de Ba e Bb. Esta descoberta foi importantíssima pois ofereceu aos astrónomos a possibilidade rara de medir directamente a massa das anãs castanhas — 47 e 28 vezes a massa de Júpiter (mas com um erro ainda considerável pois a órbita é muito preliminar).
Mas a história não acaba aqui, o estudo do movimento das três componentes do sistema revelou que tem de existir uma outra muito mais próxima da Epsilon Indi A do que o par de anãs castanhas.
Algumas equipas tentaram já detectar essa componente usando grandes telescópios com sistemas de óptica adaptativa e observando em comprimentos de onda do infravermelho onde a relação entre o brilho da componente A e da suposta nova componente do sistema seria mais favorável.
Os resultados de uma nova tentativa foram publicados em Junho de 2009, e, embora não haja uma detecção, permitem estabelecer limites mais rígidos sobre a natureza da componente invisível.
Assim, parece que a dita terá uma massa entre 5 e 20 vezes a de Júpiter (fazendo dela um planeta ou uma nova anã castanha, dependendo do processo de formação) e que orbita a estrela A a uma distância de 10 a 20 unidades astronómicas.
A não detecção implica também que a componente invisível é mais fria do que se pensava pondo em causa a idade actualmente aceite para o sistema que é de mil milhões de anos.
1 comentário
Olá, passando para elogiar seu trabalho e em especial a essa matéria.