Após Giuseppe Longo ter feito uma expedição ao local do evento, em 1991, a equipa deparou-se com dois trabalhos de V.A.Koselev e K.P.Florensky sobre um depósito de água em Tunguska: o lago Cheko, a 8km do local do evento. O trabalho de Koselev, de 1969, remete para a ideia de que o lago Cheko seja a cratera do impacto. No entanto o outro trabalho, de Florensky, admitia que o lago seria anterior ao evento, logo não poderia ser a cratera.
Em 2007 Luca Gasperini, Enrico Bonatti e Giuseppe Longo fizeram a última expedição, até ao momento, ao local. Estudaram especialmente o lago Cheko.
Os medidores acústicos detectaram sedimentos com mais de 10 metros de espessura. Num lago normal naquela zona geográfica apresentaria apenas alguns centímetros de sedimentos por estar congelado a maior parte do ano. O lago Cheko tem uma camada sedimentar muito superior. Isto sugere que o lago é mais antigo que o evento ou o lago foi o efeito da cratera.
Outra descoberta é a forma do fundo do lago. O perfil do fundo do lago tem uma depressão central com cerca de 50 metros, como se fosse um cone invertido. Se o lago fosse muito antigo já teria tido tempo para o fundo ficar coberto e a depressão ficar ao nível do resto do fundo. O lago Odessa, que tem cerca de 25 mil anos, foi criado por um impacto e tem o mesmo perfil de fundo.
Ao verificar mapas militares de 1883 os investigadores repararam que o lago não estava presente. Além disso, os dados de reflexão sísmica revelam que existem duas zonas distintas no lago: uma camada superior fina com 1 metro de espessura e uma camada inferior de depósitos caóticos não-estratificados.
A camada inferior apresenta grandes quantidades de pólen de árvores. Mais ainda, com o auxílio de um vídeo subaquático puderam-se visualizar troncos de árvores.
Voltando ao perfil de reflexão acústica, no ponto mais profundo ocorria uma forte reflexão típica de um objecto rochoso com cerca de 1 metro de diâmetro. O magnetómetro revelou uma anomalia precisamente no mesmo local. É a prova de um fragmento do asteróide de Tunguska.
Podemos, na imagem seguinte, ver o local da explosão e o lago, a cerca de 7-8 km (4,24 miles)
Imagem: http://www.bing.com/maps/default.aspx?v=2&cp=60.916667~101.95&style=h&lvl=11&sp=Point.60.916667_101.95_Tunguska%20event___
Ver mais: Scientific Americam
3 comentários
Se não foi um meteoro, pode ser muito bem uma descarga de raios gama. Não uma daquelas super potente, que destruiria a terra, mas uma com bem menos intensidade, que seria capaz de fazer o estrago que foi feito, sem deixar vestígio. Uma melhor explicação você encontra no blog: “Olhando o Universo”, no capitulo 7.
E pronto, lá se foi o metano… 😀 😛
Não percebi bem esta frase: “Isto sugere que o lago é mais antigo que o evento ou o lago foi o efeito da cratera.” Por evento entende-se o impacto (pelo menos foi assim q entendi)? Não seria “ou o lago é mais antigo que… ou o lago foi…”?
Pelo que percebi, quer dizer que, nessa altura do post, ainda havia dúvidas sobre se o lago teria sido feito pelo objeto 🙂
mas mais para o fim, o Dário aponta para existirem evidências muito fortes que o lago foi feito pelo bocado de asteróide que chegou ao chão 🙂