Uma Fraude Científica

Como já referia quem faz ciência não é perfeito. Assim, em ciência há, como em todo o lado, pessoas fraudulentas cujas ambições são outras. Se uma declaração científica é feita, logo aparecem vários grupos científicos a demonstrar os mesmos resultados ou a refutá-los. A religião não tem esse corrector. Alguém diz que viu um cristo numa tosta de queijo na Venezuela e, no dia seguinte, já estão a fazer uma missa com choros, na Itália. A ciência auto-corrige-se com a ajuda de peer-review e com a ajuda de elementos externos como os jornalistas científicos.

Uma reportagem de uma jornalista chamada Natasha Bolognesi descobriu ciência de má qualidade no ramo da medicina. Bolognesi teve a capacidade de manter o “detector de mentiras” ligado quando abordou uma empresa que descobrira um medicamento contra o HIV com excelentes resultados.

Stephen Leivers, da empresa Secomet e Girish Kotwal, da Universidade da Cidade do Cabo teríam conseguido um medicamento à base de ervas para curar o HIV. A reportagem  foi publicada na Nature Medicine a 28 Junho 2006.

A Secomet vende produtos à base de ervas para uma panóplia de infecções bacterianas e virais. O primeiro desafio para a jornalista foi apurar a validade científica da descoberta.  Bolognesi pediu, então, a um imunologista do hospital Tygerberg e um clínico local. Ambos foram unânimes em afirmar que a pesquisa de Leivers e Kotwal foi elaborada de forma inadequada e não foi revista por outros  cientistas uma vez que os artigos publicados nos Anais da Academia de Ciências de Nova York não passam pelo processo de peer-review. Assim, o trabalho era divulgado sem ser barrado.

No trabalho de pesquisa faltavam dados referentes a evidências de toxicidade e de efeitos mutagénicos.

Um outro desafio da jornalista sul-africana foi o de enfrentar os cientistas. Leivers recusou a provar que tinha a aprovação do comité de ética e do Conselho de Controlo de Medicamentos para a realização de testes em humanos com o Secomet V (o medicamento alvo desta fraude).

O artigo da jornalista, “Bad Medicine” foi publicado. De seguida foi alvo de uma chuva de acusações por parte destes cientistas e depois de chantagens e ameaças. Hoje a Bolognesi ainda trabalha. Os cientistas que praticaram a fraude? Não sei…

Uma característica que considero de extrema importância na ciência é que, ao contrário das pseudo-ciências e das religiões, tem o poder de se corrigir e de se criticar.

2 comentários

    • Mr Chatterjee on 19/08/2011 at 16:15
    • Responder

    Natasha Bolognesi is a hack. With her half truths and full lies she destroyed many people’s lives, including the students working in these labs. She claims that she is “pretty sure” Stephen Leivers called her and breathed over the phone… Haha (I think she wanted him to breathe over the phone to her – she sounds a bit unstable) she is supposed to be a journalist so why does she not get the phone records to prove that he DID phone her? What the hell does “pretty sure” mean? That is not fact. She also admits that she knows shit about science. Natasha Bolognesi did interviews with disgruntled students and jealous colleagues. In the end Prof Kotwal was found not guilty of any misconduct and no fraud was committed. He is now at a US University, to which the University of Cape Town can scarcely compare, being situated in a shithole country on a shithole continent. They keep scaring off and getting rid of their specialists and educated people and the brain-drain will have South Africa end up like Zimbabwe. And all that will be left will be scumbag, FREELANCE journalists (without a steady job, desperate for money so they will be sniffing around for shit) like Natasha Bolognesi.

  1. Pena que as correções nunca são tão bem noticiadas quanto as fraudes…

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