No nosso Sistema Solar, os planetas orbitam o Sol no mesmo plano.
Pensava-se que isso seria raro no Universo.
No entanto, recentemente uma equipa de investigadores do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) e do Observatório de Genebra analisou uma amostra de 800 estrelas estudadas com o HARPS, e comparou com 150 mil estrelas estudadas pelo observatório espacial Kepler.
Pegando nesses dados, a equipa fez uma simulação para 100 milhões de sistemas planetários com as características previstas pelo censo do HARPS.
A conclusão a que chegaram é que planetas orbitando no mesmo plano devem ser a norma na Via Láctea, e não a excepção.
Leiam os detalhes no artigo no CAUP, aqui.
O artigo científico pode ser lido, aqui.
Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.
Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica. Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.
Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).
Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.
Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.
Uau! Não sabia que orbitas coplanares eram consideradas exceção! Digo, pela Hipótese Nebular de La Place as nebulosas se formariam no plano equatorial do astro central e continuariam orbitando em torno dele, sem oscilação, se não me engano. Pensei que sempre considerassem isso como regra. Muito bem, Portugal!
Lendo e aprendendo 😀
Adoro esse site! Abraços de São Paulo, Brasil!
HUE HUE
Sim, tem razão quanto às órbitas, que é o que se estuda.
No entanto, devido às descobertas que foram sendo feitas, devido a termos uma visão tendenciosa das órbitas desses planetas (muito longe ou muito perto das estrelas), pensou-se que afinal os planetas existirem no mesmo plano era uma exceção.
No entanto, as descobertas que andamos a fazer podem ser tendenciosas, como eu disse atrás, e a regra poderá ser mesmo o que pensavamos inicialmente.
É sempre importante este tipo de confirmação. Mesmo que tal nos pareça intuitivo e que se adapte aos modelos de formação planetária existentes.
Até recentemente, só dispúnhamos de teorias e de modelos de formação planetária, que pressupunham uma organização dos planetas em função da evolução de uma nebulosa em rotação, como foi proposto por Laplace.
No entanto, quando apenas se dispõe de um único caso de estudo, podemos estar a cometer erros grosseiros pois procuramos uma teoria que explique a observação, mas não sabemos até que ponto esse caso é representativo, entre a globalidade dos sistemas planetários que certamente abundam no universo.
é o famoso disco de acreção, e de uma certa forma faz parte da nova definição de planeta. Quando plutão foi chutado pra escanteio, uma famosa astrônoma brasileira (Daniela Lazaro) me explicou pessaolmente que, o fato deste ex-planeta possuir uma órbita por demais excentrica em relação ao plano eclíptico, seria uma das consequências do mesmo não ter limpado direitinho sua órbita, ou melhor, se submeter a influências externas.
O segundo vídeo apresenta uma distorção maior da órbita externa porque está tomando por referência de câmera fixa na órbita interna. Se o ponto de referência do observador for numa média espacial, não se veria tanta distorção assim.
Da mesma forma, dizemos que as órbitas dos planetas do nosso sistema solar são planares, porque tomamos por base uma referência comum. Se tomarmos como referência o eixo de rotação de cada planeta como sendo sempre vertical, veremos que cada planeta traça uma órbita inclinada diferente ao redor do “plano” solar”. Experimente este exercício (ou simulação) de imaginação espacial.
Privacidade e Cookies: Este site usa cookies. Para saber mais, incluindo como controlar cookies, veja a nossa política de privacidade:
Política de Privacidade
7 comentários
Passar directamente para o formulário dos comentários,
Uau! Não sabia que orbitas coplanares eram consideradas exceção! Digo, pela Hipótese Nebular de La Place as nebulosas se formariam no plano equatorial do astro central e continuariam orbitando em torno dele, sem oscilação, se não me engano. Pensei que sempre considerassem isso como regra. Muito bem, Portugal!
Lendo e aprendendo 😀
Adoro esse site! Abraços de São Paulo, Brasil!
HUE HUE
Author
Sim, tem razão quanto às órbitas, que é o que se estuda.
No entanto, devido às descobertas que foram sendo feitas, devido a termos uma visão tendenciosa das órbitas desses planetas (muito longe ou muito perto das estrelas), pensou-se que afinal os planetas existirem no mesmo plano era uma exceção.
No entanto, as descobertas que andamos a fazer podem ser tendenciosas, como eu disse atrás, e a regra poderá ser mesmo o que pensavamos inicialmente.
abraços!
P.S.: Obrigado pela preferência.
É sempre importante este tipo de confirmação. Mesmo que tal nos pareça intuitivo e que se adapte aos modelos de formação planetária existentes.
Até recentemente, só dispúnhamos de teorias e de modelos de formação planetária, que pressupunham uma organização dos planetas em função da evolução de uma nebulosa em rotação, como foi proposto por Laplace.
No entanto, quando apenas se dispõe de um único caso de estudo, podemos estar a cometer erros grosseiros pois procuramos uma teoria que explique a observação, mas não sabemos até que ponto esse caso é representativo, entre a globalidade dos sistemas planetários que certamente abundam no universo.
é o famoso disco de acreção, e de uma certa forma faz parte da nova definição de planeta. Quando plutão foi chutado pra escanteio, uma famosa astrônoma brasileira (Daniela Lazaro) me explicou pessaolmente que, o fato deste ex-planeta possuir uma órbita por demais excentrica em relação ao plano eclíptico, seria uma das consequências do mesmo não ter limpado direitinho sua órbita, ou melhor, se submeter a influências externas.
O segundo vídeo apresenta uma distorção maior da órbita externa porque está tomando por referência de câmera fixa na órbita interna. Se o ponto de referência do observador for numa média espacial, não se veria tanta distorção assim.
Da mesma forma, dizemos que as órbitas dos planetas do nosso sistema solar são planares, porque tomamos por base uma referência comum. Se tomarmos como referência o eixo de rotação de cada planeta como sendo sempre vertical, veremos que cada planeta traça uma órbita inclinada diferente ao redor do “plano” solar”. Experimente este exercício (ou simulação) de imaginação espacial.
Não sabia que se pensava ser excepção, dada a teoria de formação do sistema solar!
Author
Sim, pela teoria, tem razão.
Mas pelas observações dos “primeiros” sistemas solares, não. As órbitas eram elípticas (não circulares) e inclinadas (não no mesmo plano).
abraços