A técnica foi re-descoberta, e não descoberta como refere o site mistérios antigos, em 1939 e não em 1960, por um electricista de Kuban, na extinta União Soviética. A “eletrofotografia” foi estudada, na física, pela xerografia por volta de 1777, pelo cientista alemão Georg Christoph Lichtenberg e, mais tarde, por Nikola Tesla.
A maquina kirlian, a máquina desenvolvida pelo electricista, nada mais é que “uma placa de material condutor exposta a uma tensão alta isolada por uma placa de vidro para não provocar choques. Todo material colocado em cima tem a tendencia de brilhar, pois a alta tensão ioniza os gases em volta dos objetos que ficam eletrificados na placa.”
O único efeito biológico conhecido é térmico: como há faíscas, podem acontecer queimaduras leves da pele.
Algumas questões encontradas neste site reocities e explicadas de forma bastante clara pelo Dr. Fernando D. Saraví, da Universidade Nacional de Cuyo, Argentina:
1- No efeito kirlin a aura varia previsivelmente com os estados fisiológicos e psicológicos?
“Não existe evidência proveniente de estudos bem controlados que demonstre que, nas pessoas, o halo de Kirlian varie com o estado fisiológico, mental ou emocional, a menos que tal estado seja acompanhado de modificações em algumas das variáveis físicas que determinam as características da descarga. Watkins e Bikel são dois investigadores que comprovaram experimentalmente a influências de algumas das referidas variáveis, e concluíram que a complexa interação dos fatores físicos e químicos é suficiente para explicar as diferenças entre os halos Kirlian observados.”
“Dedos úmidos, pressões variáveis, diferente sensibilidade do papel, tempo de exposição e revelação foram os responsáveis pela maior parte das variações dos halos. Concluímos que não há necessidade de invocar fenômenos psíquicos (parapsicológicos) para explicar os resultados e não há evidência de que as condições psíquicas afetem os modelos de halo.” (Watkins e Bickel, 1986, p. 255).
2 – a aura é uma propriedade intrínseca do organismo vivo?
“Não é algo que está em torno de nós de maneira invisível, é um fenômeno de laboratório que requer uma fonte de energia externa ao objeto. É essa fonte que origina o campo elétrico variável que ioniza o ar. Sem um campo elétrico variável não há aura de Kirlian. Portanto, esse halo não se deve a nenhuma energia própria dos objetos vivos ou inertes. Só esta noção já basta para derrubar toda a torre especulativa sobre a suposta demonstração do corpo astral.
Resta dizer que tudo o que foi afirmado não nega de modo algum a existência de fenômenos elétricos nos seres vivos, um tema de ativa investigação em biologia e medicina. Estes fenômenos têm escassa amplitude – milésimos de volt – e geram correntes da ordem de microamperes. Os mecanismos que os geram são muito bem conhecidos, e nada têm a ver com o conceito mágico de bioplasma ou o corpo astral. Tais fenômenos bioelétricos virtualmente são incapazes de produzir efeito algum fora do organismo, devido à sua ínfima potência. De resto, seu registro na superfície do corpo requer considerável amplificação: eletrocardiograma, eletroencefalograma, electromiograma.”
3 – tem importância transcendental com ferramenta de diagnóstico médico?
“Depois de transcorridas cinco décadas desde a sua descrição, não se encontrou sequer uma aplicação demonstrável no diagnóstico médico. Isso é curioso, em especial se considerarmos que métodos inventados muito depois demonstraram em poucos anos seu enorme e real valor diagnóstico: ultrassonografia, tomografia computadorizada com raios X e radioisótopos, ressonância nuclear magnética, etc. Ao contrário, a fotografia Kirlian permanece sendo uma curiosidade de laboratório sem mais utilidade do que servir de combustível ao charlatanismo pseudo-científico e às especulações ocultistas.”
Nota: no site há 7 questões e há uma bibliografia.
Uma curiosidade: Para os esotéricos a aura continua a existir no vácuo. Contudo, a suposta aura não aparece se a fotografia for realizada no vácuo.
Na foto deste post podemos perceber porque as chaves inglesas parecem ter vida…. afinal têm alma, e é púrpura…
3 comentários
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Acredito que possa a ter com algum efeito neuropsicológico mas nada a ver com efeitos metafisicos. :o)
Obviamente! 😉
Segundo investigadores da Univ. de Granada, uma possibilidade para a suposta observação de auras por algumas pessoas é que seja provocada pelo fenómeno neuropsicológico da sinestésia – quando o as regiões do cérebro responsáveis pelo processamento de cada tipo de estímulo sensorial têm mais ligações que o normal. Isto tem como consequência que a pessoa seja capaz de “sentir o gosto” de um som, “ver” um som… ou associar a visão de uma pessoa com uma determinada cor.
http://www.alphagalileo.org/ViewItem.aspx?ItemId=119895&CultureCode=en
Não pude ainda ler o artigo científico, mas não parecem avaliar se há ou não relação entre as cores observadas por essas pessoas e qualquer alteração fisiológica.
[…] Respiratorianismo). Boriska. Braco. Numerologia. Reiki (patetice). Homeopatia (astrofotografia). Auras (Kirlian). Feng Shui. Rede Energética. Alexandra Solnado (limpeza espiritual). Depois da Vida […]