Fogo de artifício solar

O Sol tem estado a providenciar durante toda a semana um verdadeiro espectáculo pirotécnico. Entre 2 e 5 de Julho contaram-se nem mais nem menos que 18 fulgurações classe-M no hemisfério voltado para a Terra! A maioria teve origem na região activa 1515, um complexo sistema de manchas solares que se estende ao longo de 100 mil quilómetros na superfície do Sol, o equivalente a 8 vezes o diâmetro do nosso planeta! A mais intensa destas fulgurações ocorreu ontem pelas 12:44 (hora de Lisboa) e atingiu o nível M6,1 (ainda um pouco distante da classe X). A região foi ainda responsável pela produção de numerosas pequenas ejecções de massa coronal, a maioria movendo-se para sul do plano das órbitas dos planetas. Apenas uma parece deslocar-se na direcção da Terra, devendo atingir o nosso planeta amanhã ao início da manhã.

 

Actividade solar de 2 a 5 de Julho de 2012, vista pelo instrumento Atmospheric Imaging Assembly do Solar Dynamics Observatory, através de filtros para o ultravioleta extremo (respectivamente, 304 Å e 131 Å).
Crédito: SDO(NASA)/AIA consortium.

Fluxo de raios X solares medidos de 02 a 05 de Julho de 2012 pelo satélite GOES 15 nas bandas de 1 a 8 Å (0.1-0.8 nm) e de 0.5 a 4.0 Å (0.05-0.4 nm). Estão assinaladas com setas a preto todas as fulgurações classe-M visíveis no vídeo de cima.
Crédito: NOAA/SWPC.

Mas ainda poderá haver mais nos próximos dias! A região 1515 continua a aumentar ligeiramente de tamanho e a manter uma configuração magnética beta-gama-delta com energia suficiente para mais fulgurações. O NOAA estima para hoje probabilidades de 80% para a ocorrência de fulgurações classe-M, e de 25% para a ocorrência das mais energéticas de classe-X. A região vizinha 1513 também se mantém muito activa e com energia para mais fulgurações classe-M.
Haverá alguma razão para nos preocuparmos?
Não. O Sol apenas volta a apresentar níveis normais de actividade tendo em conta a fase do ciclo em que se encontra. Durante os próximos dias teremos certamente períodos isolados de forte actividade geomagnética com a manifestação de auroras nas latitudes mais elevadas.

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