Estamos aqui
A nossa posição na Via Láctea:
Related
Carlos Oliveira
Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.
Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica.
Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.
Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).
Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.
Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.
13 comentários
2 pings
Passar directamente para o formulário dos comentários,
é incrível desconhecer-mos um universo repleto de mistérios.
Que também são cada vez mais esclarecidos.
O desvelar do conhecimento acrescenta novos mistérios aos anteriores, mas muitos vão sendo explicados,
Essa é uma “brincadeira” legal, que infelizmente a grande maioria não participa, por falta de formação e conhecimento.
Meu sonho de “paraíso” é chegar o dia em que bilhões de pessoas estarão num nível de formação e conhecimento que todos vivam isso e disso, diariamente, enstusiasticamente. Não seria o paraíso?
Tem vida melhor quando se aprende ao mesmo tempo que se desvela conhecimento, e ainda se ganha o pão com isso?
Por um acaso teria uma imagem mostrando onde estaria (aproximadamente) a Via Láctea em relação à fronteira da expansão do Big Bang?
Há algo a nossa frente? Estamos longe da “borda” da expansão ou estamos na ponta?
Author
Poderá haver algo com bastante massa para lá do Universo Observável…
Veja a imagem aqui:
http://www.universetoday.com/wp-content/uploads/2011/03/I03-02-darkflow1.jpg
abraços
Interessante, Carlos, obrigado. É mais complicado que eu imaginava.. 🙂 .
Vou colocar mais algumas questões aqui, por favor, não se obrigue(m) a respondê-las. A ideia é mostrar o que se passa na minha cabeça sobre o assunto Big Bang há horas, para tentar a sorte de alguém que ler isto me referencie a indicação de um livro ou outro material técnico que seja “palatável” sobre esses assuntos, se é que é possível.
1) Temos sorte de vermos o XDF por estarmos num local em que o inicio de tudo está dentro do nosso universo observável?
2) Seria possivel saber se o Big Bang se expandiu na direção oposta ao nosso movimento? Ou ainda estou com uma ideia errada, não foi só de um ponto inicial, o universo “apareceu” criando “bolsões” de espaço x tempo x materia aos borbotoes, em espaços gigantescos por todos os lados de um ponto central, ao mesmo tempo, mesmo assim impulsionados para irem adiante a partir de uma onda de um ponto central? Ou toda a matéria conhecida realmente saiu de um ponto e foi gerando as galáxias e se deslocando? Esse gráfico que você me passou não me ajuda nessa questão.
3_ Uma coisa sempre me fez coçar as pontas das orelhas.. rsrs… Se estamos vendo o passado tão distante de galáxias de 500 milhões de anos depois do início da expansão, com o XDF, que antiguidade mesmo é essa? Na minha cabeça essa luz dos primeiros 500 milhões de anos já “passou” por nós faz tempo. Se a Via Lactea se formou naquelas proximidades, ou mesmo longe de lá, em outro “borsão” do espaço, mas se sabe que foi perto daquele tempo pela idade que tem, deslocando-se com a expansão e o tempo correndo e a luz saindo do ponto onde aquelas galáxias vistas pelo XDF estaria, aquela luz já passou por nós faz tempos, pois a velocidade da luz é obviamente muito maior do que a velocidade de expansão (essa questão bem mostra a ignorância do assunto.. rsrs).
Por enquanto, grato…
Author
1 – Sim… mas…
O “início”, o momento do Big Bang, não. Mas muito perto disso, sim. Até ao Tempo de Planck, deverá ser possível um dia, perceber alguma coisa…
Por outro lado, perceber e “ver” são coisas diferentes. Porque “ver” só dá até ao momento em que passou a haver radiação visível… com estrelas 😉
2 – Sim, agora estamos a movimentar-mo-nos numa direcção devido ao Great Atractor.
http://www.astropt.org/2009/03/21/grande-atractor/
No entanto, não, o Universo não se expandiu a partir de um ponto dentro desse espaço-tempo.
Imagine o espaço-tempo como a superfície de um balão… e você é uma formiga andando em cima dessa superfície do balão. Se o balão fôr aumentando de tamanho, a sua superfície vai aumentando de tamanho… vai sendo cada vez maior… mas você, formiga em em cima do balão, só se apercebe que a sua superfície fica sendo maior, mas nunca se apercebe onde é que passa a existir mais superfície… é por todo que fica maior, mas não existe um sítio donde brota mais superfície. Porquê? Porque ele está a aumentar a partir de um sítio fora do seu universo, fora do seu espaço-tempo. Afecta o seu Universo de uma forma que você não pode saber 😉
3 – Só agora estamos vendo essa luz tão longe… essa luz nunca tinha chegado até nós, porque não tínhamos capacidade para vê-la. Imagine que você tem telescópios para ver até 100 kms de distância. No dia seguinte você consegue criar um telescópio que vê até 200 kms de distância. Nesse momento você vai ver mais longe.
Por outro lado, essa luz não tinha chegado ainda até nós… porque o Universo está-se expandindo a velocidades aceleradas superiores á velocidades da luz. Foi assim no início, durante a chamada Inflação, e tem sido agora gradualmente o mesmo.Ou seja, o Universo expande-se a velocidades superiores à que a luz pode chegar a si. Ou você cria telescópios melhores, ou então o que você vê hoje, já não haverá a mesma distância amanhã… muito menos distâncias superiores 😉
Excelentes perguntas 😉
abraços!
Author
Jonas, lembrei-me de EU lhe fazer uma pergunta 😉
Quer pegar nestas perguntas, e outras que se lembrar sobre estes aspectos cosmológicos, e fazermos uma “sessão de perguntas e respostas” para eu colocar um post como tenho feito algumas vezes a partir de “sessões” como esta? 😉
abraços!
Ok, vou escrever só as perguntas, diretamente, sem o “arremate” de explicações que me fizeram pensar nelas, como aconteceu acima. Posto-as aqui? Dê-me alguns dias.
Author
Não precisa 🙂
Eu posso fazer isso, e ter o contexto nas perguntas até é salutar… a minha questão é mais no sentido de saber se está de acordo, e se quer incluir mais algumas perguntas cosmológicas ao que já está aqui.
abraços!
eu pensava que ficava mais na periferia.
Author
Em termos de braços, está ali pelo meio, que é a periferia.
Mas nos números que a imagem dá… está errada, porque o Sol está a 26.000 anos-luz do centro da Galáxia… ou seja, está relativamente próximo da distância 30.000.
abraços!
Carlos, mas se reparar as isolinhas de distância estão centradas no sistema solar e não no centro da galáxia. Assim sendo se se vir a distância ao contrário, o centro da galáxia está entre as linhas dos 25k e dos 30k anos-luz e por isso está tudo ok.
Penso que por simplicidade optaram por mostrar distâncias em relação ao sistema solar e não ao centro da galáxia, o que acaba por estar errado nesta imagem cujo título é “via láctea” e não “sistema solar na via láctea”
Author
Tem toda a razão. Não tinha reparado nisso.
Obrigado!
abraços
[…] Solar. Planetas. Jupiterianos. Júpiter condescendente. Sol pequeno. Antares. VY Canis Majoris. Nossa posição na Galáxia. Perspectiva. Perspectiva Temporal. Esquecidos. Velocidade da luz solar. Velocidade da luz. […]
[…] dias atrás, tive uma pequena sessão de perguntas e respostas sobre cosmologia com o nosso leitor e habitual comentador Jonas. Achei o tema e as perguntas tão interessantes, que […]